Necessária reciclagem

Ao instituir hoje, 17 de maio, o “Dia Mundial de Reciclagem”, as Nações Unidas buscam mitigar os desdobramentos deste descarte, chamando a atenção para boas práticas a fim de preservar nossa única casa: a Terra.

Coincide a efeméride com a realização do II Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, com apoio do Grupo A TARDE, tendo por meta contribuir para certificar métodos confiáveis visando combinar desenvolvimento e meio ambiente.

Uma breve análise dos dados liga a sirene: 62 milhões de toneladas de peças eletrônicas enguiçadas foram recolhidas em 2022, quantidade 82% superior a 2010; e mais - apenas 22% foram reciclados.

Como agravante, o declínio dessa taxa deve cair a 20% até 2030, devido à lacuna cada vez maior entre os esforços de reciclagem e o crescimento exponencial da geração de lixo eletrônico.

Conscientizar o consumidor sobre a forma e o nível de descarte é caminho necessário, assim como a revisão de processos produtivos pelas companhias, ao exigirem o mundo e suas alterações aceleradas a imposição de rotinas não-poluentes e sustentáveis.

A sociedade de consumo implica necessariamente seu efeito mais perigoso, o lixo, acumulado em áreas de mananciais hídricos e comunidades carentes. São dois os tipos de obsolescência a serem enfrentados nos países de perfis diversos, desde os superpoderosos das fumosas chaminés aos periféricos acumuladores de resíduos.

Há a programada: quando os equipamentos adquiridos têm prazos cada vez menores de utilidade, não-raro necessitando de complementos, visando estimular artificialmente a circulação monetária.

E há a incentivada: quando os meios disponíveis de persuasão, desde os convencionais às redes de internet, têm a tarefa de produzir no consumidor o desejo de precisar substituir algum objeto porque outro novo foi lançado.

O resultado, em projeções otimistas de empreendimentos engajados, é a de precisarmos de uma média de três planetas e meio para darmos vazão às gigantescas quantidades de resíduos - mas só existe um.