EDITORIAL
Novembro da reparação
Estado é composto por 75% de afrodescendentes

Por Redação

A luta por reparação continua na Bahia, registrando um município engajado em cada grupo de três, totalizando 136 dos 417 no mapa de 27 territórios de identidade, precisamente 32,6% contra os 23,9% calculados de média nacional.
Neste mês de novembro, estes números pedem uma boa análise qualitativa, pois dia 20 é feriado nacional desde 2023, tendo sancionado o presidente Lula a lei de celebração da Consciência Negra, data de reverenciar Zumbi dos Palmares.
Reportagem publicada n’A TARDE levanta questões relacionadas às estatísticas, chamando atenção a demanda de 75% da população baiana formada por afrodescendentes, carregando o peso dos efeitos de 400 anos de escravatura. Embora em relação ao resto do país os municípios baianos tenham proporção maior de estrutura para atuar na política de equidade racial, ao verificar a si
No geral, são pequenos os investimentos para equilibrar o contexto de dificuldades herdadas pelos atuais afro-baianos
mesma, como no espelho, a Bahia pode melhorar para atender à demanda.
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), colhidos em 2024, implicam pensar o cenário de ausência de secretarias exclusivas ou alguma outra instância nas prefeituras.
No geral, são pequenos os investimentos institucionais para equilibrar o contexto de dificuldades herdadas pelos atuais afro-baianos, em descompasso inaceitável, piorando muito quando se trata de indígenas, com apenas 28 municípios.
Não se tem como demonstrar, pela natureza da investigação, mas esta carência tende a empenar a balança entre as narrativas, a organização da sociedade civil e o efetivo combate.
Como atenuante, o coordenador do Instituto Reparação, Ailton Ferreira, destaca o viés de a pesquisa equiparar os municípios, cada qual valendo igualmente, exemplificando a cidade mais rica, Salvador, e a mais pobre, Novo Triunfo.
Quando se distribui o contingente populacional, pode-se chegar a outras proposições válidas, referindo mais gente atendida, a julgar pelo número de pessoas pretas por cidade, fazendo valer o cuidado próprio das ciências humanas.
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