EDITORIAL
O abuso das crianças
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial

Ignoradas por quem passa pelas rodovias e vivendo à margem, em moradias improvisadas e pequeninas, muitas vezes compartilhando o ambiente dos quartos com adultos cheios de volúpia, sem frear o crime com a força da vontade, a realidade das crianças e adolescentes da zona rural precisa ser enfrentada.
São pequenas e pequenos; moças e rapazes; menores púberes; vítimas da ação criminosa da exploração sexual, expondo-se a insanidade dos próprios familiares, adicionados de bebida alcoólica e certos de saírem impunes sem conseguirem conter com a razão os impulsos e os ímpetos da satisfação genital.
A Polícia Rodoviária Federal saiu do estado inercial para mobilizar recursos, graças à consciência da angústia experimentada a cada noite, produzindo-se um futuro de cidadãs e cidadãos com sequelas de origem psicológica, devido ao sofrimento do abuso, submetendo-se o corpo mais frágil ao hediondo prazer.
O Projeto Mapear é o instrumento utilizado pelos homens das estradas para identificar áreas vulneráveis, em sociedade com uma ONG, embora pela própria prática diária do trabalho, quem vigia e convive com a população, já tenha, ao menos, pistas de onde ocorrem infrações.
Como agravante, não é raro encontrarem-se em distritos ou periferias das cidades, pontos clandestinos nos quais já começam cedo no ofício de oferecer carícias aquelas dotadas de aspectos relacionados a padrões de beleza, deixando de frequentar escolas para habitar bordeis, revertendo a maior renda para um cafetão.
Em 964 locais já mapeados na malha rodoviária, 4% ganharam tarja de crítico e mais de 15% de alto risco, alcançando o número de 17 mil o universo total de pontos suspeitos pesquisados, revelando aumento de 83% em relação a levantamento anterior.
O desconfortável contexto demanda trabalho não apenas dos policiais, mas poderia gerar uma ação multidisciplinar para coibir a atividade clandestina, pois as ocorrências raramente são denunciadas pelas vítimas ou pelas mães e avós, receosas da violência dos agressores.
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