EDITORIAL
O Papa e a imprensa
Editorial de A TARDE desta segunda-feira, 13

Por Redação

Desde a criação dos primeiros jornais da prensa móvel, com pauta relacionada a produtos e serviços dos burgos na Bélgica, o homem pôde cobrir as guerras, entre as quais, o massacre de Gaza foi a que matou proporcionalmente mais jornalistas.
Até o atual acordo de paz, no período entre a cobertura do ataque terrorista do Hamas em 2023 e o dia mais recente de bombardeios, foram 274 mártires da informação e um sem-número de feridos e detidos.
O número equivale a 20% do total de profissionais escalados por seus chefes de reportagem com o objetivo de colher imagens e produzir textos para conhecimento do mundo, como destacou o papa Leão XIV, ao receber a visita de editores de agências.
Disse o Sumo, como argumento decisivo em defesa do jornalismo, “se hoje sabemos o que aconteceu em Gaza, na Ucrânia e em outras terras ensanguentadas por bombas, devemos isso, em grande parte, à imprensa”.
A menção ao território palestino relembra escombro com grande poder de síntese: jornalistas mostrando desesperadamente suas credenciais, no pavimento semidestruído de um prédio, mas mesmo assim, vieram as bombas de Israel.
No mesmo dia da preleção papal, entidades de direitos humanos organizaram cortejo fúnebre simbólico, no qual sobreviventes da cobertura levavam caixões, cada qual com a bandeira palestina e a foto do colega assassinado.
Coincidem o sionismo de Israel e a novíssima extrema direita mundial, no combate a três filhas do Iluminismo, o “Século das Luzes”: à ciência, à educação e ao atual modelo de imprensa erigido a partir da Revolução Francesa (1789).
Neste contexto, outra das falas mais importantes de Leão XIV é um alento, diante do alerta máximo de obscurantismo nos Estados Unidos e países satélites: “Ser jornalista nunca pode ser considerado crime, mas um direito a ser protegido”.
Leão XIV ressaltou a importância cada vez maior do jornalista capaz de distinguir a verdade, única e autêntica, entre conteúdos falsos disseminados a granel, tornando essencial o ofício do repórter.
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