EDITORIAL
Racismo em expansão
Confira o editorial do Jornal A TARDE deste sábado, 12
Por Editorial

Há duas formas de vencer o crime: o medo imposto ao infrator por medidas punitivas ou a educação moral, quando valores de convívio são bem assimilados.
Faltam ambos os antídotos para evitar discriminação entre torcedores, em franca ascensão, conforme os dados compilados pelo Observatório de Discriminação Racial no Futebol.
O gráfico apresenta o vetor de ocorrências em traço vertical: 36 casos em 2014; 159 em 2019; 233 em 2022; no ano seguinte, o número foi a 250 e a expectativa é a de nova quebra de recorde.
O controle dos baixos instintos, incentivados pela inclinação egóica de encontrar diversão no menosprezo do clube coirmão, tem incentivo de narrativas de provocações, extrapolando limites de rivalidade.
O macaco, animal com 99% de genes idênticos ao da espécie humana, tem sido o preferido dos criminosos, comparando-lhes, com a “raça” de origem africana de futebolistas.
Uma das recentes manifestações foi o arremesso de casca de banana na direção de jogadoras do Sport Recife, em partida contra o Internacional, fundado com proposta antirracista, tendo como símbolo original o “saci”.
A sucessão de casos alcança o patamar de pandemia social, sinalizando a fragilidade das instituições no sentido de coibir o impulso irracional de quem faz da ofensa uma prática contumaz.
O boletim de ocorrência, no entanto, acusa a flacidez da atitude policial, em razão de os inquéritos não prosperarem para o indiciamento e pedido de prisão.
A Justiça Desportiva, por sua vez, é inoperante, enquanto os dirigentes de confederações divulgam à larga ações inúteis cuja serventia é tão somente a publicidade de falsas providências.
O tônus gelatinoso de quem deveria segurar com firmeza a balança de Têmis serve, em sentido inverso, para estimular a crescente onda recidiva, amputando-se o longo braço da lei.
O cenário reativa premissa básica do nazifascismo, qual seja, a de existir uma fração da humanidade superior e outra subtraída de direitos, na infame premissa dos “negreiros” contemporâneos.
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