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EDITORIAL

Salve a Bahia do dendê

Confira o Editorial do Jornal A TARDE

Editorial

Por Editorial

14/09/2024 - 0:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Salve a Bahia do dendê
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Impossível pensar a ideia de “Bahia”, como substância primeira, sem referência a um de seus predicados maiores, o dendê, abalando-se a identificação de todos quantos sintam-se pertencentes aos territórios locais, a ameaça de supressão desta essência de “baianidade”, conforme alertou A TARDE na edição de sexta-feira.

Não se trata de reduzir o assunto a problema setorial de economia agrícola, mas de dar à Bahia o que é da Bahia, referindo-se à oleaginosa originária da África, continente de onde foi trazido a ferros o povo preto escravizado, ou parte dele, não poucos os atirados ao mar, dos conveses de navios chamados “tumbeiros”.

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Causa espanto, agora em tráfego histórico e cultural, a escassez da palma anteriormente abundante, produzindo justificada preocupação das baianas de acarajé, contingente de vendedoras do bolinho de feijão em tachos ferventes, alçado ao estatuto de Patrimônio do Brasil, o ofício libertador das mulheres ao deixarem as senzalas.

Para reverter os efeitos do inquietante cenário, a sociedade civil organizou-se em torno de uma “Câmara” formada por representantes dos tabuleiros, produtores da palma, pesquisadores de universidades e líderes religiosas do candomblé, culto no qual as oferendas a poderosos encantados e encantadas não dispensam o gosto intenso do azeite sagrado.

Presente na força simbólica do nome de uma das mais belas e imponentes avenidas do Salvador, apropriadamente nomeada “dos Dendezeiros”, a planta terá uma boa oportunidade de voltar a ganhar os hectares de plantio, no caso de se buscar meios de preservação e incentivo, incluindo aquisição de maquinário visando o processamento do óleo e outros métodos de recuperação.

Todo esforço será saudado como emergencial, pois a temida míngua reduziu a 1% a produção baiana em relação ao total do país, restando cinco municípios fiéis à tradição capaz de impregnar até o ar da Boa Terra com o aroma das iguarias, perdendo-se o sabor em outros 61 onde se multiplicava, expondo as comunidades ao risco absurdo e inflacionário da importação.

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