OPINIÃO
Sem racismo
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
O toque de avançar anima a cidadania em prol dos princípios do bom convívio, com a aprovação, pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (Alba), do projeto que cria a Delegacia de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin), dotada de 12 cargos comissionados para estrear o equipamento visando investigar, flagrar, indiciar e dizer o definitivo “não” às práticas de menosprezo por questão de pele.
Não cabe no perfil do povo baiano, de natureza avessa aos despotismos, qualquer condescendência com quem quer que seja incapaz de conter seus ódios e rancores, utilizando-se de violência física ou simbólica, apenas por uma questão de narcisismo de pequenas diferenças.
A esperança é a de estarem bem preparados os homens – e mulheres – da lei responsáveis por fazer funcionar a nova circunscricional, a fim de produzir, via rigores da repressão, a sensação de estarem sob monitoramento aqueles difíceis de entender como valor maior a aceitação da crença distinta da sua, tendo por ganho inestimável a certeza de cometer crime o intolerante.
A importância de se proteger a liberdade religiosa e a doação de sentido positiva para os afrobaianos pode ser melhor dimensionada com a formalização do projeto para envio à Alba pela principal autoridade do estado, o governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado de alguns dos gestores titulares da área de segurança pública, responsável por capturar os infratores.
O fato serve de incentivo a quem sonha com um mundo possível, de amor e compreensão, pois até 1976, a polícia atuava como órgão de perseguição das religiões de matrizes africanas, às quais cabia pedir registro na delegacia de Jogos e Costumes, mas hoje o órgão armado a serviço do brasão do casal, representativo do estado da Bahia, projeta a expectativa de proteger os terreiros.
O espaço de acolhimento converge com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao completarem-se 75 anos da Carta Magna, na qual está garantido o direito ao culto, além da defesa dos grupos étnicos e raciais atacados por dogmáticos.
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