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EDITORIAL

Um país na brasa

Confira o Editorial do Jornal A TARDE

Por Editorial

11/09/2024 - 0:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Um país na brasa
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É preciso pensar em política de combate permanente e efetiva, não apenas reagir nos momentos críticos de sucessão de super queimadas, como vem ocorrendo no Brasil, ao associar-se a alta probabilidade de incêndios criminosos provocados intencionalmente com a maior seca em quatro décadas, resultando em fumaça e fuligem a tingir em cinzas o antes azulado céu do país.

O fogaréu no qual 5 milhões de quilômetros quadrados de mata crepitam em desespero estende seus efeitos danosos a nações vizinhas, além de alcançar mais da metade do território nacional, permitindo, pelo contexto do acidente, aventar hipótese de articulação voluntária de pérfidos e insanos agrupamentos.

Arde a Amazônia em 19 pontos fumosos; ardem municípios do interior paulista; ardem Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, coincidentemente na maior parte em áreas de estados nos quais a oposição ao governo federal é atuante e determinada, embora não se tenha ainda indícios de uma relação de causa e efeito do tipo A então B, como configurado em introdução à lógica clássica.

Além do quadro desolador, o rebote para a economia pode provocar uma derrota financeira por largo placar, pois somente com a perda de cana-de-açúcar, utilizada em combustíveis, o prejuízo já passa de R$ 800 milhões, acrescentando-se outras fortunas desperdiçadas em feijão, carnes, frutas e leites, projetando expectativa de impacto na inflação para os próximos meses.

Em condições ditas normais, se a capital paulista já detém o antitítulo de “campeã” brasileira em poluição, com os efeitos das chamas atuais, a megalópole subiu ao alto do pódio maldito de ar mais doentio do mundo, em dados confiáveis divulgados pela ilibada plataforma suíça de monitoramento IQAir.

Para completar o cenário fúnebre de combustão sem limites, não há previsão, por ora, do único antídoto capaz de remediar a dor em mais de 60% das áreas atingidas pela sanha de Nero: um temporal, necessariamente daqueles intensos e duradouros o bastante para estancar a expansão das labaredas.

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