"Acham que prisão é colônia de férias", diz Moraes sobre golpistas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) fez um duro discurso contra os golpistas que invadiram a Praça dos Três Poderes no último domingo, 8, e depredaram os prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. Na ocasião, ele ironizou as reclamações dos radicais presos nos últimos dias e prometeu duras punições aos participantes, financiadores e incentivadores dos atos antidemocráticos.

"Nós temos que combater firmemente o terrorismo. Temos que combater firmemente as pessoas antidemocráticas, pessoas que querem dar o golpe, pessoas que querem o regime de exceção. Não é possível conversar com essas pessoas de forma civilizada. Elas não são civilizadas. Basta ver o que fizeram no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e com muito mais raiva e ódio no Supremo Tribunal Federal", começou Alexandre de Moraes em discurso na posse do diretor-geral da PF, Andrei Passos.

O ministro rebateu reclamações de bolsonaristas radicais presos sobre o tratamento após a prisão. Deputados bolsonaristas chegaram a entrar com pedido para que o tratamento dado aos golpistas seja melhor.

"Essas pessoas que, até domingo, faziam baderna e crimes e agora reclamam que estão presas, querendo que a prisão seja uma colônia de férias, não achem que as instituições irão fraquejar", disse.

Moraes disse que os que praticaram atos violentos “não são civilizados”, sendo aplaudido pela plateia. Acrescentou que essas pessoas não devem achar “que ser preso é estar em colônia de férias”, pois serão punidos no rigor da lei. Na decisão em que determinou as prisões em flagrante, ele apontou ao menos sete crimes que podem ter sido cometidos pelos detidos, incluindo aqueles contra o Estado Democrático de Direito e a soberania nacional.

“As instituições não são feitas só de mármore, cadeiras e mesas, são feitas de pessoas, de coragem, de cumprimento da lei”, afirmou Moraes. “Não haverá apaziguamento”, garantiu.

Moraes também prometeu que todos os envolvidos nos ataques às sedes dos três Poderes serão punidos --"aqueles que praticaram os atos, que planejaram, que financiaram e incentivaram por ação ou omissão".

Em movimento para "garantir a democracia", Moraes ainda apontou que não existirá "apziguamento nas instituições brasileiras".

"Eu repito sempre, inclusive coloquei isso na minha decisão, se o apaziguamento tivesse dado certo nós não teríamos tido a Segunda Guerra Mundial."