Após restrição de Trump, brasileiros protestam no perfil de Melania
Medida do presidente dos EUA gerou reações nas redes sociais e críticas ao tarifaço
Por Redação

Diante de uma avalanche de críticas vindas do Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, restringiu os comentários em suas postagens no Instagram. O motivo da insatisfação: a decisão de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA.
Com a limitação no perfil de Trump, os internautas passaram a concentrar suas mensagens no perfil da primeira-dama norte-americana, Melania Trump. Muitos comentários, em tom de apelo ou ironia, pedem que ela interfira nas decisões do marido.
Na publicação mais recente de Melania, as críticas variam de comentários sobre a postura política de Trump até manifestações em defesa da soberania brasileira. “Diz pro teu marido senhor laranja, pra deixar nosso país em paz. Somos SOBERANOS e não quintal de NINGUÉM”, escreveu uma usuária brasileira. Outro afirmou: “O Brasil é dos brasileiros, diga para o homem laranja nos deixar em paz”.

Impactos das novas tarifas norte-americanas
A nova rodada de tarifas de 50% afeta diretamente diversos setores exportadores brasileiros e passa a valer a partir de 1º de agosto. A medida amplia a tensão comercial entre os dois países e se soma a taxas já existentes sobre produtos como aço e alumínio.
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é relevante: só em 2024, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 40,3 bilhões — um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais. Os Estados Unidos absorvem cerca de 12% de tudo o que o Brasil vende ao exterior, com destaque para petróleo bruto, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, aeronaves e equipamentos industriais.
Tensões políticas e acusações de motivação ideológica
Donald Trump tem adotado um discurso protecionista desde o início de seu governo e não poupou críticas aos países do Brics, incluindo o Brasil. Em declarações recentes, acusou o país sul-americano de não agir de forma justa com os Estados Unidos e chegou a ameaçar tarifas ainda mais pesadas.
A decisão também tem implicações políticas. Após demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump intensificou as pressões sobre o Brasil. Autoridades brasileiras não descartam motivações ideológicas por trás da medida.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que, caso não haja consenso até a data estipulada para o início da taxação, o Brasil poderá adotar medidas de retaliação com base na reciprocidade. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a decisão como “política”, sem fundamentos econômicos. Ele sugeriu que a ação pode ter sido influenciada por aliados de Bolsonaro nos EUA.
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