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Aliança entre PDT e União Brasil estremece na Bahia; entenda

Trabalhistas estariam incomodados com avanço do União Brasil sobre seus quadros

Publicado quarta-feira, 03 de abril de 2024 às 16:13 h | Autor: Lula Bonfim
Bruno Reis ao lado de quadros do PDT: Félix, Ana Paula, o presidente nacional Lupi e o deputado Leo Prates
Bruno Reis ao lado de quadros do PDT: Félix, Ana Paula, o presidente nacional Lupi e o deputado Leo Prates -

A aliança entre o PDT e o União Brasil na política baiana pode estar com os dias contados. O principal motivo seria a possível mudança de legenda da vereadora Débora Régis (PDT), pré-candidata à prefeitura de Lauro de Freitas. Na avaliação dos trabalhistas, a sigla não pode aceitar calada o avanço dos aliados sobre seus quadros, sob pena de se tornar mera linha auxiliar.

Durante a tarde desta quarta-feira, 3, o presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Jr., desabafou na rede social “X” de maneira enigmática, dando a entender que um afastamento estaria em curso.

“O PDT da Bahia vai continuar independente, defendendo seus ideais. Nunca nos curvaremos a outro partido. Então, vamos nos afastar de alianças que são danosas aos nossos ideais, do oportunismo de quem apenas quer usar o partido da educação, do trabalhador e do empreendedor”, publicou Félix.

Procurado pelo Portal A TARDE para comentar o tema, Félix evitou fazer críticas ao União Brasil, mas reforçou que não aceitará que nenhum aliado tente fazer com que o PDT se curve.

“Às vezes, alguns aliados tentam se impor à força. Mas o PDT é um partido histórico, intimamente ligado à causa da Educação, às causas sociais, e não tem porque se curvar. Não aceitaríamos isso de jeito nenhum. O PDT não é barriga de aluguel. Se alguém tentar isso com a nossa legenda, o caminho será mesmo o afastamento”, afirmou Félix, sem citar nomes.

O parlamentar também foi questionado sobre o caso de Débora Régis, que integra o PDT, mas estaria negociando nos bastidores para se filiar ao União Brasil, disputando pela legenda a prefeitura de Lauro de Freitas. Félix, porém, disse não crer que a vereadora troque de legenda.

“Não acho que ela tenha motivo para deixar o PDT. É um partido que confia nela e que dá toda a estrutura que ela precisa. Não acho que ela deixe nosso partido. Se isso acontecer, a gente vai conversar”, despistou o presidente estadual trabalhista.

Perguntado se o imbróglio poderia afetar a aliança do PDT com o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), Félix não respondeu diretamente à pergunta, mas demonstrou simpatia pelo aliado e deixou no ar um convite para filiação.

“É um grande gestor. Faz uma boa gestão em Salvador. As portas do PDT, inclusive, estão abertas para ele”, concluiu Félix.

Antes aliado do PT no governo do estado, o PDT começou sua aproximação do União Brasil quando este ainda era “Democratas”, em 2015. A legenda lançou candidatura própria em 2016, com o Pastor Sargento Isidório (hoje no Avante), mas se juntou à base do então prefeito ACM Neto (União Brasil) em 2017.

Em 2018, o PDT voltou a apoiar Rui Costa (PT) ao governo do estado, mas a relação já estava abalada. O petista não via com bons olhos a relação dos trabalhistas com a prefeitura de Salvador, forçando Félix a fazer uma escolha.

A decisão definitiva veio em 2020, quando o PDT anunciou apoio a Bruno Reis nas eleições, indicando a então candidata a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT), o que motivou Rui a exonerar do governo estadual todos os integrantes da legenda.

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