Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > política > BAHIA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

ASSEMBLEIA

Audiência pública debate impactos da ponte Salvador-Itaparica

Arquitetos e engenheiros ouvidos no evento criticaram o projeto de construção

Por Da Redação

16/12/2021 - 20:01 h

Uma audiência pública realizada nesta quinta-feira, 16, na Assembleia Legislativa da Bahia debateu os impactos da construção da ponte Salvador-Itaparica para a ilha, a Baía de Todos os Santos e o estado

Presidido pelo deputado Hilton Coelho (Psol), o evento na Comissão Especial de Promoção da Igualdade reuniu pesquisadores, lideranças da Ilha de Itaparica e parlamentares

Professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o arquiteto Paulo Ormindo afirmou que a ponte trará uma sobrecarga de serviços para a capital baiana. “Quem tem um paciente doente em Nazaré vai trazer para Salvador. A área de influência da capital vai duplicar e toda banda oeste vai ser sugada e atraída para a cidade”, declarou, ao acrescentar que o “efeito de metropolização será desastroso” para Salvador.

Para Ormindo, a população pagará um ônus muito alto pelo empreendimento. “O preço da ponte já duplicou e está em R$ 9 bilhões. Anualmente, terá que desembolsar cerca de R$ 1,2 bilhão para pagar o consórcio chinês porque a demanda não será suficiente para suprir o que está previsto no contrato. Já subsidiamos o metrô, o monotrilho e a ponte. O Estado vai ficar sem recursos para educação, saúde, habitação”, disse.

Já o engenheiro civil e ambiental, Joselito Oliveira Alves, afirmou que o governo da Bahia ignorou outras possibilidades mais viáveis de ligar Salvador ao Sul do estado. “O governador Rui Costa trocou o objetivo de construir uma ligação com o Sul do Estado pelo projeto pessoal. Ele imaginou a ponte, não uma ligação com o Sul do Estado”, declarou.

Oliveira classificou o Relatório de impacto Ambiental (Rima) como uma “fraude dirigida para justificar a ponte”. Segundo ele, as alternativas nunca foram desenvolvidas ou estudadas no relatório, que “se limitou a estudar as travessias por ferries e lanchas”. “O estudo não examinou sequer o grande complexo rodoviário que será construído em Salvador que vai acabar com a Feira de São Joaquim. Também não existe estudo decente de viabilidade financeira para um projeto de tamanha importância”, completou.

Radicado na Bahia há muitos anos, o arquiteto alemão Carl von Hauenschild defendeu que a ponte não terá demanda suficiente para remunerar a concessionária chinesa. “Se chegou à conclusão que a Ilha, que hoje tem 70 mil habitantes, precisaria ter 300 mil para chegar a um número adequado. Isso, partindo da premissa que todos os novos 230 mil moradores trabalhariam em Salvador. É uma suposição totalmente fora da realidade”, afirmou o alemão, sócio diretor da Urplan - Grupo De Planejamento Urbanismo Arquitetura.

Hauenschild destacou o impacto que 230 mil habitantes a mais causariam ao saneamento, escolas, emprego e renda da ilha. “Foi um estudo feito nas coxas para viabilizar o projeto e não para verificar realmente o equilíbrio de viabilidade financeira deste empreendimento megalômano”, apontou. Com uma população desse porte, a ilha precisaria ser verticalizada “porque todo mundo quer ficar nas proximidades da beira da praia, que hoje é ocupado por antigos loteamentos”, acrescentou Hauenschild.

Presidente da organização não-governamental Gaia, Cláudio da Silva ressaltou a preocupação com as questões ambientais. Segundo ele, o relatório de impacto ambiental não contempla pontos fundamentais, como o impacto oceanográfico da Baía de Todos os Santos. “Qual será a consequência da ponte para o bioma da Baía? Existe uma cadeia de corais, por exemplo, que vai da Barra à proximidade da ilha. Que impacto terá nela os detritos da ponte, a química decorrente do ferro nos moluscos, nos peixes. Isso não está previsto no Rima”, pontuou.

Um dos poucos representantes do Estado na audiência, o diretor de Regulação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Leonardo Carneiro, disse que pelo menos três audiências públicas foram realizadas para discutir o empreendimento com a comunidade local. Carneiro afirmou também a necessidade de elaboração dos PDDUs (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) pelos municípios com a previsão do impacto da ponte.

Entre os deputados que participaram da audiência, estavam Bira Corôa e Fátima Nunes, ambos do PT, e Jurailton Santos (Republicanos).

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Prefeito eleito de Candeias, Eriton Ramos aponta foco nos servidores públicos

Play

Bruno Reis pode desmembrar duas secretarias para abrigar aliados

Play

"A luta contra as facções criminosas segue com a força necessária", diz Jerônimo

Play

Vídeo: Lula chora ao relembrar “pobreza” e afirma: “Eu sou vocês”

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA