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Carballal sobre cargos na CMS e na CBPM: “Não preciso pedir licença"

Vereador discursou em tom de despedida da Câmara, mas disse que espera o aval de Jerônimo para se licenciar

Publicado segunda-feira, 26 de junho de 2023 às 19:43 h | Atualizado em 26/06/2023, 19:44 | Autor: João Guerra
Presidente da CBPM e vereador de Salvador, Henrique Carballal (PDT)
Presidente da CBPM e vereador de Salvador, Henrique Carballal (PDT) -

O recém-nomeado para a presidência da Companha Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal (PDT), que também é vereador de Salvador, desconversou sobre a possibilidade de acumular os dois cargos. Procurado pelo Portal A TARDE para comentar sobre o parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-BA), de que, a partir da alteração do estatuto da estatal que permitiu a chegada dele à CBPM, abriria caminho para que o edil fizesse jornada dupla como vereador e como dirigente, o parlamentar preferiu não comentar. 

“Eu queria informar aos colegas que eu não preciso pedir licença para exercer a presidência da CBPM em função das mudanças que ocorreram na legislação, eu posso exercer o mandato de vereador e posso assumir a presidência da CBPM ao mesmo tempo. Porém, é óbvio que eu estou aguardando a decisão do governador Jerônimo Rodrigues para pedir licença para que o vereador Randerson Leal [PDT] possa assumir o mandato e que eu possa me dedicar cem por cento a esta missão que me foi dada pelo governador e que ele tem a noção da importância da mineração para a economia da Bahia”, destacou o vereador em discurso na tribuna do Plenário Cosme de Farias na sessão ordinária desta segunda-feira, 26.

Pelo que o Portal A TARDE apurou com fontes ligadas à Mesa Diretora da Câmara de Salvador, Carballal já teria enviado um pedido de licença do mandato ao comando do Legislativo soteropolitano, mas recuou da decisão, após a possibilidade de ter as duas funções, pois, a partir do entendimento do parecer da PGE-BA, ao assumir o comando da CBPM, uma empresa estatal, funcionaria como se o vereador fosse o dirigente de uma empresa e “existem vereadores que têm empresas ou fazem parte de quadros de empresas”, revelou uma fonte.

Segundo apurado, o recuo de Carballal aponta para o receio do vereador em deixar o cargo no Legislativo de Salvador sem antes ter um posicionamento do governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre a questão, já que o pedetista é tido como parte da “cota pessoal” do chefe do Executivo soteropolitano no que tange à distribuição de cargos na administração estadual.

Essa possibilidade de ficar nos dois cargos, contudo, não seria a vontade do vereador, pois teme o desgaste que a questão pode ter diante de municiar adversários políticos do grupo político ao qual pertence para poder criticar, tanto o parlamentar, quanto a gestão de Jerônimo com um mesmo agente político acumulando dois cargos e sendo pago com dinheiro público nos dois casos. 

Na sessão desta segunda-feira, 26, tanto o comportamento de Carballal quanto o pronunciamento do edil na tribuna do Plenário Cosme de Farias ao discursar apontam para uma despedida do vereador da Casa Legislativa. Depois de abraçar um a um os seus ainda colegas vereadores, uns de forma mais acalorada do que outros, em sua fala, o parlamentar foi saudado por alguns edis destacando que o pedetista fará falta na Câmara. 

Além de destacar que não precisava se licenciar, o edil fez um breve balanço da sua atuação em quatro mandatos na vereança em Salvador e do seu contato, ainda na adolescência, com a sede do Legislativo soteropolitano. 

O presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB), a quem, Junto com o vereador Arnando Lessa (PT), Carballal fez questão de se dirigir em seu discurso, declarou ao site Política Livre, que desconhece essa possibilidade de do pedetista de não se licenciar para poder exercer o cargo do presidente da CBPM e que vai consultar a Procuradoria Jurídica da Casa sobre um esclarecimento para essa questão.

“Se o vereador Henrique Carballal não pedir a licença até o dia 30 deste mês, vou encaminhar o caso à Procuradoria Jurídica da Câmara, que vai dar a palavra final. Para nós, o parecer da PGE não tem validade na Casa. O vereador será notificado com base no que for decidido pelo jurídico da Casa”, disse Muniz.

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