Cimatec Sertão vai impulsionar desenvolvimento de novos combustíveis

Foi lançado nessa quinta-feira, 13, em Conceição do Coité, o novo campus do Senai Cimatec, que deverá ser o centro de desenvolvimento de tecnologias de produção industrial para exploração do potencial do Semiárido da Bahia.

A área do campus será utilizada para testar e avaliar técnicas de adensamento e crescimento do Agave, planta de fácil adaptação na região sisaleira e como fonte de biomassa para a produção de etanol, biogás e outros produtos no sertão nordestino.

O Senai Cimatec irá abrigar a nova etapa do Brave (Brazilian Agave Development, ou desenvolvimento do agave brasileiro), parecria com a Shell Brasil que prevê o desenvolvimento de tecnologias de mecanização para o plantio e a colheita e também de processamento de diferentes espécies de Agave.

Compareceram ao evento o vice-governador do estado, Geraldo Júnior; o gerente executivo do Senai CIMATEC, André Oliveira; o diretor da Agência de Inovação da UNICAMP, Renato Lopes, o presidente da FIEB, Ricardo Alban; o diretor da ANP, Daniel Vieira; e o gerente geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil, Olivier Wambersie e o diretor de Tecnologia e Inovação do SENAI CIMATEC, Leone Andrade.

Desenvolvimento

A parceria entre Senai Cimatec e a Shell foi firmada em novembro de 2022, juntamente com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para desenvolver soluções biológicas para aumento da produtividade do Agave. O projeto Brave tem investimento de R$ 100 milhões.

Para o governador em exercício, Geraldo Junior, o lançamento do campus Cimatec Sertão é de extrema relevância para alavancar a economia local e trazer benefícios para o estado.

“Esse é mais um eixo de desenvolvimento para a Bahia, que além de desenvolver a economia, as atividades para este território, para esta região, com certeza vai reverberar em todo estado, fortalecendo a agricultura familiar e o setor produtivo”, destacou.

O Brasil é o maior produtor de fibra de sisal do mundo, com 80 mil toneladas produzidas por ano. A vegetação sisaleira, muito explorada pelo artesanato, inclui a planta agave, que se destaca nos estudos sobre produção de energia limpa, devido ao potencial energético mais vantajoso que o da cana-de-açúcar.

Na nova etapa do programa Brave, as pesquisas irão explorar o desenvolvimento de tecnologias de mecanização para o plantio e a colheita e de processamento das espécies Agave Sisalana e Agave Tequilana. O programa conta ainda com a parceria de produtores de sisal, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (Ufrb) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os secretários estaduais da Casa Civil, de Desenvolvimento Rural, de Desenvolvimento Econômico e do Meio Ambiente, Afonso Florence, Osni Cardoso e Angelo Almeida, Eduardo Sodré, respectivamente, também prestigiaram o evento.

O deputado estadual Luciano Araújo, do Solidariedade, também destacou a importância do empreendimento para a região sisaleira.

“O etanol de segunda geração será produzido com os derivados do sisal. O sisal só precisa de 20% da água que a cana-de-açúcar necessita, por isso, este será um projeto gigante, que irá revolucionar a nossa região, a região do sisal, principalmente”, explica Luciano Araujo.