Conheça Bruno Monteiro, novo secretário da Cultura da Bahia

A partir de janeiro, a estratégica secretaria da Cultura da Bahia (Secult) passa a ser comandada pelo jornalista, produtor e gestor cultural Bruno Monteiro, um dos novos secretários anunciados nesta quarta-feira, 28, pelo governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT). Ele coordenou a Comunicação da campanha vitoriosa do PT no estado, quando se aproximou e ganhou a confiança do petista.

Fontes ouvidas pela reportagem de A TARDE, nos bastidores do novo governo, dizem que a nomeação de Monteiro é vista como cota pessoal de Jerônimo, mas com aval do senador Jaques Wagner (PT), de quem era assessor desde 2019.

Nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Monteiro tem 39 anos e, segundo interlocutores, perfil discreto e técnico, e experiência em gestão na política. Ele atuou no governo Dilma Rousseff como chefe de gabinete em dois Ministérios, Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres, e também como assessor especial da própria presidenta.

Por causa da experiência profissional, o jornalista era cotado inicialmente para assumir a Secretaria de Comunicação, mas, com a permanência de André Curvello na pasta, houve mudanças nos planos e ele acabou despontando como favorito para a Cultura, setor onde também tem atuado e conta com trânsito fácil por causa da ligação com artistas e produtores de todo país. Recentemente, ele participou dos trabalhos do Grupo de Transição do Governo Lula, na área cultural.

Profissionalmente, Monteiro também trabalhou na produção de artistas como Caetano Veloso e coordenou a produção do documentário “Democracia em Vertigem”, dirigido por Petra Costa, e indicado ao Oscar em 2020. No currículo, tem ainda a participação no “Movimento 342 Artes”, que ajudou a fundar, com o objetivo de unir a classe artística em torno de causas sociais e políticas.

No meio artístico, o jornalista é visto como competente produtor cultural, “bem conectado” com a classe e com “consciência” de que a área é uma indústria com grande potencial para geração de emprego e renda e, por isso mesmo, deve ter grandes desafios num estado que depende tanto da cultura para movimentar e alimentar a economia.

Após o anúncio do governador Jerônimo Rodrigues, o futuro secretário Bruno Monteiro contou ao Portal A TARDE como ocorreu o convite para assumir o cargo.

"Eu coordenei a comunicação da campanha, me tornei uma pessoa muito próxima do governador Jerônimo e do vice Geraldinho. No momento dessa escolha, eles optaram por um quadro técnico, da área, um quadro da política. O governador me deixou isso muito claro na nossa conversa, quando ele fez o convite, que ele queria alguém da sua proximidade, que isso significa a centralidade que a cultura terá no governo", afirma.

Monteiro destacou que não vê resistência pelo fato de ser desconhecido de parte do setor e que está disponível para conversar “com todo mundo”.

"A cultura é questionadora, isso é uma característica desse setor. Eu não acho que tenha resistência, eu acho que tem muito desconhecimento. As pessoas expressaram uma surpresa, muita gente por não me conhecer, mas eu quero que avaliem o meu trabalho. Eu estou à disposição para conversar com todo mundo, todos os setores, peço calma, que a gente vai chegar", pontua.