Conversa com PSDB “ainda é namoro, não é casamento”, diz Éden

Presidente do PT Bahia, Éden Valadares, confirmou a aproximação com os tucanos baianos, mas disse que as conversas entre o grupo que comanda o governo estadual e o PSDB estão em estágios iniciais. “Não é casamento, ainda não é noivado e ainda está no namoro”, disse o dirigente petista ao Portal A TARDE.

Você não chega ao casamento sem um namoro sem um noivado. Eu estou falando uma figura de linguagem pra ficar mais fácil pra gente entender. Estamos namorando. Vamos ver se a gente dá o próximo passo que é noivar pra até o ano que vem a gente casar”, destacou Éden em referência aos arranjos políticos no estado a repeito das eleições municipais de 2024 e complementa: “não vejo porque não insistir no diálogo, se der certo, ótimo. É mais um que se junta na reconstrução do Brasil e nesse projeto de mudança da Bahia”.

A quem estranha a aproximação de duas siglas que por mais de 30 anos estiveram em campos opostos da política brasileira e por décadas reproduziu essa rivalidade na Bahia, Éden explica que com a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República na eleição de 2018 e a mudança de protagonismo na polarização da política brasileira entre PT e PSDB mudando para PT X Bolsonarismo, fez abrir novas possibilidades de arranjos políticos.

“Tem o histórico de oposição, digamos assim, de estar em campos opostos do PT antes do advento da chegada de um governo de extrema direita como foi o ex-presidente Bolsonaro. Com isso, o campo democrático, aqueles que sempre construíram a democracia no país, passaram a construir pontes, passaram a dialogar. Não é à toa que o hoje o vice-presidente, é o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), um tucano histórico do PSDB. Então, digamos assim, o espaço que nos afastava em termos de política econômica, divisão de Brasil, entre nós e o PSDB, ele foi estreitado com a chega da extrema direita ao poder, então, essa aproximação, acho que faz bem pra democracia”, explica Valadares.

Regras do PT

Éden contou ainda que não está discussão nenhuma filiação dos quadros do PSDB ao PT, o que está em discussão, mas a adesão dos tucanos à base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso e à de Jerônimo na Bahia.

Sobre os planos de crescimento do PT no estado com a chegada de novos políticos à legenda, o presidente estadual da sigla detalhou que há regras a serem seguidas para lideranças políticas que desejam se filiar ao partido.

“A regra que nós estabelecemos é pra eventuais lideranças políticas, ex-prefeitos, prefeitos, deputados, ex-deputados ou quem quer ser candidato a prefeito que queiram se filiar ao PT, nós estabelecemos alguns critérios: tem que ter votado no Lula e em Jerônimo, tem que ter disposição de ser petista, ou seja, integrar o diretório municipal, dialogar com a direção municipal, você sabe que o PT tem uma tradição muito grande de debate interno, de conversa, de diálogo, então tem que ter esse ser petista nas eleições de 2024 e em 2026, nas eleições gerais, votar em deputados do PT”, enumera o petista.

Mas faz uma ressalva que essas regras não se aplicam aos partidos que querem migrar para a base de Jerônimo, como é o caso do PSDB. “Essa regra, insisto, vale pra quem quer se filiar ao PT. Pra quem quer integrar a base do governo, por exemplo, eu não faço essa exigência”.