VLT DE VERDADE
Governo da Bahia negocia compra de vagões do VLT do Mato Grosso
Gestão de Jerônimo Rodrigues atua para adquirir equipamentos que estão parados em Cuiabá
Por Eduardo Dias e Lula Bonfim
O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) parece ter encontrado o caminho para fazer acontecer o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Salvador, no Subúrbio Ferroviário. A intenção da gestão estadual é adquirir os vagões do VLT do Mato Grosso, que faria a ligação entre os municípios de Várzea Grande e Cuiabá.
As negociações se iniciaram na última sexta-feira, 25, com a criação de um grupo de trabalho (GT), por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), que busca uma solução consensual acerca da destinação dos vagões do VLT do Mato Grosso, que acabou tendo seu contrato rescindido.
Coordenado pelo TCU, o GT é formado por representantes dos dois governos estaduais, além do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) e do Tribunal de Contas do Mato Grosso (TCE-MT).
No caso da Bahia, o governo Jerônimo está sendo representado pela Casa Civil, do secretário Afonso Florence (PT), e pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), da procuradora Bárbara Camardelli, que têm o prazo de 30 dias para realizar o levantamento das informações e avaliar as soluções juridicamente viáveis.
Questionada pelo portal A TARDE, a Casa Civil da Bahia afirmou que o governo do estado está disposto em adquirir os equipamentos rodantes do VLT do Mato Grosso, para dar celeridade ao processo de construção do novo modal do Subúrbio Ferroviário de Salvador.
Os equipamentos em questão foram adquiridos pelo governo do Mato Grosso em 2013, visando atender ao VLT que ligaria Cuiabá a Várzea Grande, no âmbito do conjunto de obras para a Copa do Mundo de 2014.
O projeto do VLT, uma concessão público-privada estimado no valor de R$ 1,477 bilhão, só teve 7 km construídos, dos 22 km previstos. As obras acabaram interrompidas e, no lugar, o governo instalou um outro modal: o BRT. Como consequência disso, os vagões nunca foram utilizados, ficando parados pelos últimos 10 anos.
Agora, o governo do Mato Grosso deseja reaver o dinheiro investido nos vagões, que estão com a empresa que venceu a concessão pública. Para isso, eles apostam em uma solução consensual com a gestão estadual da Bahia, conduzida pelo TCU.
Em 2022, a prefeitura do Rio chegou a manifestar interesse na compra dos vagões matogrossenses, para a utilização no VLT carioca. A negociação, entretanto, não avançou.
Procurada pelo portal A TARDE, a Casa Civil do Mato Grosso e o secretário da pasta não responderam até a publicação desta matéria. A secretária de Comunicação do estado, Laice Souza, afirmou que as informações sobre o tema devem ser tratadas diretamente com o TCU.
VLT DO SUBÚRBIO
Recentemente, o governo da Bahia rescindiu o contrato que tinha com o consórcio chinês Skyrail, para a construção de um novo modal de transporte no Subúrbio de Salvador. A obra já estava contratada, mas nunca foi iniciada, devido a discordâncias entre as partes acerca do valor a ser investido pelo estado na construção.
Após conversas com a participação do TCE-BA, o governo da Bahia e a Skyrail decidiram rescindir o contrato de forma amigável, encerrando a ideia de construir um monotrilho entre os bairros de Paripe e do Comércio, na Cidade Baixa de Salvador.
O governo da Bahia avalia agora a elaboração de um novo edital para a construção do VLT, que só deve sair após o fim das negociações no GT com o estado do Mato Grosso. Também não está descartada a possibilidade de uma gestão direta, com obras e administração sob responsabilidade da gestão estadual baiana.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes