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Maconha medicinal tem salvado crianças da epilepsia, avalia Wagner

Senador reclama que preconceito tem impedido um debate sério sobre o óleo de canabidiol

Publicado quinta-feira, 14 de março de 2024 às 19:10 h | Autor: Gabriela Araújo e Lula Bonfim
Para Wagner, o preconceito impede um debate sério sobre o óleo de canabidiol no Brasil
Para Wagner, o preconceito impede um debate sério sobre o óleo de canabidiol no Brasil -

O senador Jaques Wagner (PT-BA) fez uma defesa, na tarde desta quinta-feira, 14, em Salvador, da regulamentação do uso do óleo de canabidiol, medicamento produzido com uma das substâncias presentes na maconha. Em entrevista à imprensa, o parlamentar lamentou que o debate sobre o assunto no Brasil tenha sido contaminado por preconceitos e dogmas.

“Eu, sinceramente, estou mais preocupado que a gente definitivamente regulamente o uso do óleo de canabidiol, que é medicamento no mundo inteiro e que, infelizmente por preconceito, o dogma no Brasil está nos tirando de uma pauta que nos outros países é científica. Não tem nada a ver com maconha recreativa. É outra coisa”, opinou o senador.

Wagner argumentou que, em outros países do mundo, o uso da maconha medicinal já está salvando a vida de diversas crianças que sofrem com epilepsia. Segundo estudos, o óleo de canabidiol é um medicamento eficaz para reduzir a frequência e a gravidade das crises epilépticas.

“O óleo de canabidiol tem salvado milhares de crianças da epilepsia, das convulsões. Mas, infelizmente, como tudo aqui no Brasil, neste momento, está virando um dogma, aí o pessoal generaliza. Coisa que, nos outros países, é o contrário: os laboratórios estão se dedicando a descobrir isso [as vantagens do uso da maconha no tratamento de doenças]. Hoje, os pais de família de criança epiléptica tem que se submeter a contrabando, a alguma coisa, para tomar um remédio que é prescrito por médicos”, lamentou Wagner.

O petista também comentou o debate, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. De acordo com ele, a movimentação é ineficaz, já que a legislação brasileira já não estabelece penas para quem utiliza a droga.

“Sinceramente, para mim, é ineficaz. Dizer que não se pode imputar pena de privação de liberdade para o usuário? Tudo bem, mas, para mim, não resolve. Porque isso já está escrito na lei brasileira. Mas tudo é um clichê. No fundo, o que se quer é fazer uma discussão de quem é a favor e quem é contra”, criticou o senador.

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