ISSO É BAHIA
‘Missão é resgatar a Palmares para o povo brasileiro’, diz João Jorge
Presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge concedeu entrevista ao Isso é Bahia desta sexta-feira, 5
Presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge concedeu entrevista ao programa Isso é Bahia, da A TARDE FM, desta sexta-feira, 5, e falou sobre os desafios à frente do órgão neste início de gestão, após um desmonte de ações da pasta ocorrido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
João Jorge explicou como tem sido seu início da gestão e como encontrou a fundação após a passagem do antigo presidente, Sérgio Camargo, na gestão Bolsonaro.
“Pelo contrário, a Fundação Palmares foi fundada em 22 de agosto de 1938 por um grupo do movimento negrojunto com a população indígena. E de lá para cá, ela foi uma ferramenta importante para a comunidade negra para ações afirmativas para políticas públicas. A última gestão fez tudo para destruir isso. Primeiro, falando contra o movimento negro, os símbolos da comunidade negra, pleiteando que a Palmares não deveria existir, e sim uma fundação com o nome de uma princesa", contou.
"Ora, o movimento social-negro brasileiro tem lutado, desde 1549, quando Salvador foi fundada, por igualdade, justiça, oportunidades. E a fundação foi o primeiro órgão de governo que tratou sobre esse assunto com comunidades quilombolas, bolsas de estudos, distribuição de alimentos, homenagens às pessoas vivas e mortas em seu site, e quase que tudo isso vai para o ‘brejo’”, disse.
A minha missão é resgatar a Palmares para o povo braisleiro, para a sociedade brasileira, para defender e promover os assuntos que interessam a população negra, principalmente a liberdade religiosa, a democracia, a formada população negra se organizar para acessar os espaços públicos e privados
João Jorge destacou também que sua atuação será para resgatar o propósito da Fundação Palmares e revelou o que já tem feito para isso nesses quatro meses de governo e um mês de mandato.
“Nós revogamos a portaria que impedia as pessoas vivas de serem homenageadas, a portaria que proibia a identificação do Quilombo dos Palmares, recolocação no lugar a galeria dos presidentes da fundação, que estavam num depósito, através de outra portaria, resgatamos a marca de Xangô, que era símbolo da fundação e posicionamos todos os recursos que a Palmares tem para novos editais voltados para a comunidade negra e estamos trabalhando agora para que a fundação tenha um novo espaço, uma nova casa, um lugar da cultura afro-brasileira em Brasília", afirmou.
"Já temos local, é um espaço da União e vamos começar a dialogar com todos os estados. A fundação dialogava muito com São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, mas a Fundação Palmares tem a ver com a Paraíba, com o Rio Grande do Norte, com o Amazonas, Pará, Santa Catarina, são 27 estados. Vamos trabalhar para que todos conheçam e estejam com a Palmares”, completou.
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