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Otto elogia indicações de Lula e Coronel defende mais espaço ao PSD

Procurados por A TARDE, senadores baianos se posicionaram sobre mudanças no governo

Publicado segunda-feira, 27 de novembro de 2023 às 19:26 h | Autor: Lula Bonfim
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária.   Em pronunciamento, à bancada, senador Otto Alencar (PSD-BA); à esquerda, senador eleito pelo estado da Bahia, Ângelo Coronel (PSD-BA).  Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária. Em pronunciamento, à bancada, senador Otto Alencar (PSD-BA); à esquerda, senador eleito pelo estado da Bahia, Ângelo Coronel (PSD-BA). Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado -

Os senadores baianos do PSD possuem posicionamentos diferentes sobre as indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o STF (Supremo Tribunal Federal) e para a PGR (Procuradoria Geral da República). Otto Alencar e Angelo Coronel foram questionados pelo portal A TARDE em relação aos nomes colocados pelo petista e deram respostas diversas.

Otto elogiou a escolha de Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça, para o STF e do vice-procurador Paulo Gonet Branco para a PGR. Segundo ele, as carreiras de ambos no Poder Judiciário os qualificam para assumir o posto.

“Todos os dois são de carreira, tanto Flávio quanto Paulo Gonet. Eles têm experiência, conhecimento jurídico notório e já provaram isso durante suas carreiras”, afirmou Otto Alencar ao portal A TARDE.

De acordo com Otto, apesar da provável resistência de senadores bolsonaristas, a tendência é de aprovação tranquila das indicações de Lula, que precisam de 41 votos entre 81 parlamentares do Senado Federal.

“Flávio Dino também foi governador, é senador eleito, é colega nosso. O que vai acontecer é uma reação, no caso de Dino, natural, da extrema-direita. Um pessoal mais radical que, até hoje, defende que o 8 de janeiro não foi culpa de quem quebrou, arrebentou e dilapidou o patrimônio público. Esse conceito permanece no Senado por parte de meia dúzia de senadores. Mas teremos esses 41 votos, tranquilo”, avaliou Otto.

Angelo Coronel, por outro lado, foi mais ponderado e afirmou não conhecer com profundidade as indicações feitas por Lula. De acordo com o senador, ele vai seguir a orientação do partido para aprovação ou não dos nomes de Dino e de Gonet.

“Nós vamos reunir o partido, que é a maior bancada do Senado, e vamos sair com uma posição de bancada. Claro que pode ter senadores ou senadoras que podem divergir, mas eu, particularmente, só conheço os dois de nome. Não sei aferir ainda qual é a capacidade deles. Mas, se tiver capacidade comprovada, não vejo porque o partido não fechar questão para apoiá-los”, disse Coronel ao portal A TARDE.

Otto e Coronel também foram questionados sobre uma possível divisão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, hoje comandado por Dino, em duas pastas diferentes, abrindo espaço para uma nova indicação do PSD. Mais uma vez, os senadores deram respostas diferentes.

Para Coronel, o PSD tem um espaço no governo Lula menor do que merece e precisa reivindicar mais vagas na Esplanada dos Ministérios. Segundo ele, o nome do colega Otto Alencar seria qualificado para assumir o Ministério da Saúde, hoje ocupado por Nísia Trindade.

“O nosso partido é muito grande e merece ser visto com um outro olhar, com uma lupa, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Merecemos mais espaço. Proporcionalmente, nós não estamos bem aquinhoados. Há partidos menores que têm mais espaço que o PSD no governo”, apontou Coronel.

“É preciso ter um upgrade na nossa participação do governo. Eu defendo hoje o nome de Otto Alencar para ministro da Saúde. Então, nesse remanejamento, se for dividir o ministério em dois, é possível fazer mudanças — eu acho até importante, porque estamos com problemas de segurança pública e precisamos dar uma guinada”, complementou o senador.

Alencar, por outro lado, descartou que o PSD cobre mais cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Segundo ele, a legenda tem espaço suficiente no governo e a tendência é que Lula indique um nome de sua confiança pessoal para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

“O PSD não vai pleitear nada. O PSD tem uma participação no Ministério das Minas e Energia, na Agricultura e no Ministério da Pesca. Flávio Dino era da cota do presidente Lula. Então ele deve colocar alguma pessoa da confiança dele. É mais ou menos igual ao Secretário da Segurança Pública nos estados, de total confiança do gestor”, defendeu Otto.

Além disso, Otto deixou claro que não vê com bons olhos a divisão do ministério em duas pastas diferentes. Entretanto, o senador avaliou que essa é uma decisão que cabe apenas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não acredito que precisa ser dividido não. Eu sou daqueles que acredita que o Estado precisa ter uma estrutura que atenda, mas que não seja pesada para carregar. Mas quem manda é o presidente. O presidente Lula faz aquilo que ele achar melhor. Aí caberia a ele mandar para o Congresso uma reestruturação dos ministérios”, concluiu Otto.

O senador Jaques Wagner (PT) também foi procurado, através de sua assessoria, para comentar as indicações de Lula e as possíveis mudanças no governo como consequência da saída de Dino. Entretanto, até o momento desta publicação, não encaminhou respostas aos questionamentos.

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