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Parque Tecnológico Aeroespacial prevê investimento de R$ 1,3 bilhão

Equipamento a ser instalado na Base Aérea de Salvador deve ter início de operação em 2025

Publicado quarta-feira, 17 de janeiro de 2024 às 20:41 h | Autor: Lula Bonfim
André Joazeiro, André Oliveira, Coronel Guimarães e Afonso Florence, em coletiva no Senai Cimatec
André Joazeiro, André Oliveira, Coronel Guimarães e Afonso Florence, em coletiva no Senai Cimatec -

A instalação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia deve ter um investimento superior a R$ 1,3 bilhão dentro dos próximos 20 anos, com verbas públicas e privadas. É o que previu o superintendente do Senai Cimatec, André Oliveira, durante coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira, 17.

De acordo com André Oliveira, serão R$ 650 milhões de investimento estrutural no parque, que deve ser instalado na Base Aérea de Salvador. Os outros R$ 650 milhões é a previsão de investimento das empresas que devem funcionar no local. Uma delas deve ser a Leonardo, que pretende investir sozinha pelo menos R$ 100 milhões.

“Esses R$ 650 milhões que eu comentei, eu estou falando de infraestrutura física e modificações dos pátios que existem lá. Quando a gente concluir os outros investimentos de pesquisa, desenvolvimento, inovação e até equipamentos de novas empresas, esses valores pelo menos irão dobrar”, avaliou Oliveira.

O projeto do empreendimento é resultado de uma parceria entre o Senai Cimatec, o governo da Bahia — através de suas secretarias da Casa Civil e da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) — e a Aeronáutica do Brasil, que cederá parte de seu terreno ocioso na Base Aérea de Salvador.

A conclusão do planejamento definitivo para a instalação do Parque Tecnológico Aeronáutico da Bahia, porém, só está prevista para ocorrer no dia 22 de maio de 2024. Até lá, o projeto pode mudar, sofrendo adaptações para facilitar sua implantação. A ideia é que a operação no local se inicie ainda no primeiro semestre de 2025, ainda em meio ao processo de instalação, previsto para durar pelo menos 15 anos.

“Na primeira etapa, não existirão ainda construções, mas existirão reformas dos prédios existentes. E, com isso, a gente já pode, no primeiro semestre de 2025, já imaginar operações lá. Porque o principal ativo, que é a pista e o pátio de aeronaves, estará lá e já em funcionamento”, disse o superintendente do Senai Cimatec.

Além da Leonardo, que negocia com a Secti, outras empresas conversam com o Senai Cimatec para integrar o Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia. Nesta quinta-feira, 18, um memorando deve ser assinado com empresas da área, como a Embraer, a Akaer, a Mira Aerospace e AEL Sistemas, que atuarão no local. A Speedbird, especialista em drones, também deve integrar o equipamento.

“Amanhã, assinamos alguns memorandos de entendimento com empresas. Daqui até maio, consolidando o compromisso dessas empresas, teremos um dimensionamento de demanda de hangares. Então, isso depende da evolução de implantação”, afirmou o chefe da Casa Civil, Afonso Florence (PT).

Base Aérea

De acordo com o coronel Vinícius Guimarães, mesmo com a cessão do espaço, a Base Aérea de Salvador seguirá funcionando da mesma maneira que ocorre hoje, prestando os mesmos serviços.

“A gente tem a base aérea com uma área grande, com o efetivo reduzido e com algumas instalações ociosas. Então, a oportunidade de utilizar essa área em prol da tecnologia, da inovação e da era espacial foi uma visão do comandante. Em contato com o governo do estado e com o Cimatec, surgiu essa ideia do parque, de maneira muito incipiente, que foi trabalhada por um grupo de trabalho, foi depurada e chegou no modelo que se encontra”, explicou o militar.

“A Base Aérea de Salvador vai continuar existindo, fazendo a mesma coisa que fazia antes. Uma base aérea de desdobramento. Se a gente precisar, a gente tem condições de absorver unidades aéreas de algum outro lugar do Brasil que venha a operar aqui. Isso acontece com certa frequência, principalmente para resgates marítimos, para buscas no mar”, acrescentou o coronel Guimarães.

Educação

Como parte do projeto, a Secti e o Senai Cimatec estão conversando com as maiores universidades públicas da Bahia e, em breve, elas devem ganhar novos cursos de graduação e de pós-graduação, relacionados com tecnologia aeroespacial.

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) deve abrir um curso de graduação e outros dois de pós-graduação, enquanto a Universidade Estadual da Bahia (UNEB) terá apenas dois cursos de pós, conforme relatado pelo titular da Secti, André Joazeiro.

“A UNEB não tem estrutura hoje para montar um curso de graduação na área aeroespacial, não tem engenharia suficiente para fazer esse remanejamento. Teria que ser um planejamento mais de longo prazo, para montar um curso [de graduação] na UNEB. Mas a UFBA está pronta e isso pode acontecer já”, justificou Joazeiro.

A princípio, não haverá cursos de mestrado ou doutorado. A ideia é esperar o avanço dos cursos de graduação e de pós nas universidades, para depois evoluir os graus de especialização.

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