PROPOSTA NA ALBA
“Proposta populista”, diz Rosa sobre detector de metais nas escolas
Medida, segundo o cientista social, “vai gerar apenas uma sensação de falsa segurança"
Por Da Redação
O professor da rede estadual de ensino há 22 anos, cientista social, e coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), Kleber Rosa, destacou que o Projeto de Lei ( PL) 24.807/2023, de autoria do deputado estadual Patrick Lopes (Avante-BA), que sugere a instalação de detectores de metais nas entradas das escolas da rede estadual baiana, é uma "proposta de caráter populista, que está muito longe de ser uma medida séria, eficaz, e que tenta ganhar os holofotes às custas de uma situação gravíssima".
Kleber Rosa destacou que as escolas passavam por situações de violência pontuais relacionadas ao ambiente escolar. Entretanto, os casos atuais, segundo o cientista social, estão sendo articulados por células nazifascistas que refletem uma orientação ideológica marcada pelo bolsonarismo. "Estamos sentindo os reflexos da cultura do armamento, da cultura do ódio às minorias, da cultura do bem e do mal, e da cultura de que bandido bom, é bandido morto. É a cultura da morte enquanto modelo de sociedade a partir da aniquilação do outro", refletiu o ativista do movimento negro, ao frisar que os jovens encontram-se em processo de formação política e das bases psicológicas, e estão sendo "contaminados" pela cultura de apologia à violência e ao ódio.
O cientista social sugere que a sociedade precisa refletir em como tentar reverter esses "pensamentos doentios" que foram instaurados no país. Portanto, para Kleber Rosa, colocar detectores de metais nas escolas não vai impedir que os casos de violência continuem a ocorrer. "Vamos apenas migrar a violência do ambiente interno da escola para as igrejas, para os parques públicos aos domingos, ou, até mesmo, em frente aos próprios colégios", pontuou.
O professor Kleber Rosa salienta que as escolas da rede estadual de ensino carecem de estrutura básica e investir em milhões para instalar os detectores de metais “é uma proposta que pode, no primeiro momento, gerar uma sensação de falsa segurança, mas, na verdade, não vai resolver o problema na raiz”.
"Vamos colocar no ambiente escolar uma lógica policialesca e que apenas vai desviar do debate real. Precisamos de investigação preventiva e de um trabalho de conscientização da juventude contra a cultura do ódio", propôs, ao frisar a importância política que os professores possuem junto à juventude e a necessidade de uma maior valorização dos docentes das universidades estaduais, da rede estadual, municipal, e da iniciativa privada.
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