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Representante dos petroleiros comemora fim do PPI e critica Acelen

Segundo Deyvid Bacelar, Acelen “maximiza lucros em cima da população baiana”

Publicado terça-feira, 01 de agosto de 2023 às 09:37 h | Atualizado em 01/08/2023, 10:46 | Autor: Lula Bonfim
Deyvid Bacelar deu entrevista nesta terça ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM
Deyvid Bacelar deu entrevista nesta terça ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM -

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, falou na manhã desta terça-feira, 1º, ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, e comemorou o fim a mudança da política de preços aplicada pela Petrobras, promovida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com ele, o preço de paridade internacional (PPI), praticado durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), era nocivo ao país.

“Aos pouquinhos, as bombas que foram armadas no governo anterior vêm sendo desarmadas pela nova gestão da Petrobras e pelo governo do presidente Lula. A primeira das bombas foi justamente essa. A política de preços dos combustíveis que tinha sido criada por Temer lá em outubro de 2016, o famigerado PPI — preço de paridade de importação —, que atrelava o preço dos combustíveis ao preço do barril do petróleo, à variação do dólar e, principalmente, ao custo de importação, não existe mais aqui no país”, comemorou Bacelar.

Segundo o coordenador-geral da FUP, a mudança da política de preços da Petrobras já dá resultados em quase todo o país, com uma grande redução do valor cobrado nos postos de combustíveis. A exceção ficaria por conta de estados que possuem refinarias que foram privatizadas durante o governo Bolsonaro.

“Estamos vendo em todo o país uma redução brutal do preço dos combustíveis. O diesel está 23% abaixo do que é comercializado internacionalmente, a gasolina 20% do que é comercializado internacionalmente e temos aí uma queda brusca de outros combustíveis, como gás natural e gás de cozinha, uma sinalização de que, de fato, os preços dos combustíveis aqui no país estão sim sendo ‘abrasileirados’, com exceção, infelizmente, da Bahia, do Amazonas e do Paraná”, lamentou o representante dos petroleiros.

Deyvid Bacelar exemplificou com o caso de Jequié, cidade do interior baiano em que o preço da gasolina estaria consolidado acima de R$ 6, valor muito superior ao cobrado na média do território brasileiro.

“Eu estava conversando agora com algumas pessoas lá de Jequié e elas estão dizendo que o preço da gasolina na bomba lá está de R$ 6,28. A gente, que tem rodado o país inteiro, consegue ver o preço da gasolina em alguns estados em R$ 4,60. A diferença é gigantesca”, apontou o líder da FUP.

O petroleiro também aproveitou o espaço para criticar a privatização da antiga Refinaria Landulpho Alves-Mataripe (RLAM), hoje gerida pela Acelen, na Região Metropolitana de Salvador.  Na avaliação dele, a empresa gerida pelo fundo árabe Mubadala, estaria explorando trabalhadores e usando o PPI para recuperar o investimento realizado na compra do empreendimento.

“Eles ainda utilizam muito petróleo importado e utilizam, como parâmetro central, justamente o preço do barril de petróleo no mercado internacional, a variação do dólar — porque o petróleo que eles importam é explorado em dólar — e os custos de importação — o frete, a tributação. Então, há problemas justamente para Acelen modificar essa política de preços”, sinalizou Bacelar.

“Eles pagaram R$ 1,85 bilhão para comprar a Refinaria Landulpho Alves — estamos falando de um preço abaixo da metade do valuation que foi feito na época — e querem ter o retorno desse investimento no menor espaço de tempo possível. De que maneira? Minimizando seus custos em cima dos trabalhadores e trabalhadoras e maximizando seus lucros em cima da população baiana”, concluiu o petroleiro.

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