Bolsonaro diz que perdão a Silveira foi 'garantia da liberdade"

Um dia depois de conceder o perdão presidencial ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal STF) por atos antidemocráticos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apontou que o seu ato foi simbólico na defesa da "garantia da liberdade".

"Ontem foi um dia importante para o nosso país. Não pela pessoa que estava em jogo (Silveira) ou por quem foi protagonista desse episódio, mas do simbolismo de que nós temos mais que o direito, nós temos a garantia da nossa liberdade", afirmou em solenidade em Porto Seguro de comemoração aos 522 anos da chegada dos portugueses ao Brasil.

"Essa liberdade, você tem que conquistá-la, mantê-la dia após dia. Tem certas coisas que só se dá valor depois que se perde", continuou ele.

Em Porto Seguro, acompanhado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) e do deputado federal João Roma (PL-BA), pré-candidato ao governo da Bahia, o presidente foi recebido sob protestos de indígenas e houve clima de hostilidade entre manifestantes de opiniões divergentes.

Daniel Silveira foi condenada a 8 anos e 9 meses de prisão pelo STF na última quarta-feira, 20, por ataques aos membros do Supremo. Ele passou a responder ao processo criminal pela acusação de incitar à invasão da Corte e sugerir agressões físicas aos ministros. Os ministros também aprovaram cassar o mandato de deputado, suspender os direitos políticos de Silveira, que articula candidatura ao Senado, e aplicar multa de cerca de R$ 192 mil.

Desde que Bolsonaro publicou o decreto, na noite da última quinta-feira, 21, cinco iniciativas de oposição entraram com recurso no STF e no Legislativo para derrubá-lo. Além da Rede Sustentabilidade, as ações são de autoria do PDT, do PT, do senador Renan Calheiros e da deputada Perpétua Almeida. O Psol também afirmou que deve entrar com recurso.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber vai ser a relatora da ação do partido Rede Sustentabilidade contra decreto de Bolsonaro que concedeu perdão a Daniel Silveira.