Bolsonaro estuda ficar nos Estados Unidos por mais tempo

Na mira de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estuda opções para ficar por mais tempo nos Estados Unidos, onde está desde o final de dezembro, antes do término do seu mandato.

De acordo com a Folha, um grupo de empresários de São Paulo, simpáticos ao ex-presidente, montou um plano inicial para custear a estadia do político nos Estados Unidos. Eles teria recomendado à Bolsonaro que o mesmo abrisse uma conta no Banco do Brasil em Orlando, para permitir acesso a seus fundos no Brasil.

A questão central, segundo aliados do ex-mandatário, é financeira, já que não há certezas sobre a condição de Bolsonaro se manter na casa onde está, que pertence ao lutador de MMA José Aldo em Kissimmee, região de Orlando, na Flórida, e que tem uma diária equivalente a R$ 2.600.

O decreto que regulou a saída de Bolsonaro do país com avião da Força Aérea incluía 5 dos 8 funcionários a que ele tem direito como ex-presidente na comitiva, no entanto, há muito mais pessoas envolvidas, tanto que uma segunda casa no mesmo condomínio foi ocupada pelo grupo, com o filho Carlos Bolsonaro.

Bolsonaro tem agora um salário de R$ 45 mil como ex-deputado e militar reformado. Além disso, o PL prometeu uma remuneração equivalente ao teto do funcionalismo (R$ 39,3 mil hoje, R$ 41,6 mil a partir de abril) para complementar a renda. No entanto, esse pagamento está condicionado à presença do ex-presidente no Brasil.

Fora a questão financeira, Bolsonaro também pode enfrentar uma questão legal, já que viajou como chefe de Estado e seu visto, segundo o governo americano, expira nessa condição no fim de janeiro. Ele pode permanecer por mais 90 dias através de um visto de turista, mas a busca por uma residência permanente é mais complexa.

Ao mesmo tempo, o presidente americano Joe Biden vê deputados do seu partido, o Democratas, pedindo a revogação da licença de Bolsonaro para ficar.