BASTIDORES
Bolsonaro recorre a pesquisa polêmica após tarifaço de Trump
Informação foi revelada pelo inquérito da PF depois do indiciamento do ex-presidente
Por Gabriela Araújo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o ‘boom’ do anúncio do tarifaço implementado pelo governo Donald Trump contra o Brasil para consultar uma pesquisa eleitoral sobre a sua popularidade no país após a embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciar apoio a sua decisão.
O levantamento foi compartilhado em uma conversa com o pastor Silas Malafaia, alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), na última quarta-feira, 20, por tentativa de obstrução de Justiça ligada à trama golpista.
A informação foi revelada por meio do inquérito da PF, divulgado na noite de quarta, depois do indiciamento do ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado.
O que o inquérito da PF revelou
Na mensagem, enviada no dia 9 de julho, data do anúncio do tarifaço, o ex-Executivo enviou um link da matéria publicada pelo Portal Metrópoles que apresentava a manchete: "Por que embaixada dos EUA no Brasil emitiu nota em defesa de Bolsonaro".
À noite, ele envia um print de matéria publicada pelo Portal G1: "Trump manda carta a Lula e anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros".
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Em seguida, às 21h56, Bolsonaro comunicou a Malafaia sobre a pesquisa “Brasmarket”, relacionada à Presidência da República, coletada no dia 23 a 27 de junho.
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Na sondagem em questão, o ex-presidente aparecia em alta ante ao presidente Lula em um possível segundo turno.
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A polêmica da pesquisa Brasmarket
Durante as eleições de 2022, o instituto de pesquisa apontava vitória do ex-presidente no segundo turno, que à época, tentava se reeleger ao cargo contra o presidente Lula (PT).
Em 30 de setembro, antevéspera da primeira votação, a Brasmarket Análise e Investigação de Mercado publicou um levantamento, sempre à base de ligações telefônicas, em que Bolsonaro aparecia à frente na disputa, com 45,4% das intenções de voto, ante 30,9% do presidente Lula (PT).
Em contrapartida, ao abrir as urnas eletrônicas, o resultado foi diferente do que Bolsonaro e os aliados esperavam, levando a disputa para um novo turno.
Gastos do PL com pesquisas eleitorais
Mesmo com o erro, o partido de Bolsonaro permaneceu insistindo no uso da pesquisa. Em 2024, a agremiação pagou R$ 1,6 milhão por pesquisas do instituto, conforme informações da coluna Igor Gadelha do Portal Metrópoles.
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