SEM ANISTIA
Ataques golpistas não serão perdoados, diz ministro da Defesa
José Múcio garante que investigações irão até o fim e os responsáveis pelos atos terroristas serão punidos
Por Da Redação
A troca de comando no Exército anunciada neste sábado, 21, pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, teve dois objetivos muito claros. Primeiro, demonstrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá tolerar focos de resistência nas Forças Armadas.
Segundo, demonstrar autoridade do presidente antes da sua primeira viagem internacional. Interlocutores de Lula relataram que ele não gostaria de viajar à Argentina, neste domingo, 22, sem que tivesse efetivado a troca do comando do Exército.
Para esses interlocutores, a omissão de militares diante das depredações de 8 de janeiro e as investigações contra o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, constrangem os bolsonaristas dentro dos quartéis, criando o ambiente propício para que Lula tente debelar a oposição no generalato.
Acabou a confiança
O ministro José Múcio afirmou neste domingo ao jornal Folha de São Paulo que o presidente não abre mão da punição dos responsáveis pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, ocorrida no dia 8. "Lula não vai perdoar ataques golpistas. Investigações vão até o fim."
Múcio falou dos motivos que levaram à demissão do ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda e reafirmou o que disse ao anunciar o nome do general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva para o cargo.
"Acabou o clima de confiança e resolvemos mudar o comando", justifica. Segundo o ministro, o general Arruda não estaria conseguindo derrubar resistências internas às investigações sobre participação de militares e parentes nos atos antidemocráticos que culminaram com o ataque ao Congresso, Palácio do Planalto e STF (Supremo Tribunal Federal).
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