UM ANO DOS ATAQUES EM BRASÍLIA
Barroso faz crítica a “falsos patriotas” e “aprendizes de terroristas”
Em fala no dia que marca um ano dos ataques antidemocráticos, ministro relembrou momentos de tensão
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira, 8, um ano do fatídico dia em que manifestantes bolsonaristas tentaram um golpe de Estado, invadindo a sede dos Três poderes em Brasília em um dia marcado por atos antidemocráticos. Barroso classificou os responsáveis como “falsos patriotas”, “quixotes do mal” e “aprendizes de terroristas”.
“Falsos patriotas que não respeitam os símbolos da pátria, falsos religiosos que não cultivam a paz, o bem e o amor. Desmoralizaram Deus e a Bandeira Nacional. O que assistimos aqui foi a mais profunda e desoladora derrota do espírito. Em uma espécie de alucinação coletiva, milhares de pessoas aparentemente comuns, insufladas por falsidades, teorias conspiratórias, sentimentos antidemocráticos e rancor, foram transformadas em criminosos, aprendizes de terroristas”, disse o ministro, ao relatar uma cena em que os invasores rezavam após depredar o prédio do STF.
O ministro destacou que os envolvidos nos ataques estão sendo responsabilizados pelos crimes que cometeram, como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e depredação do patrimônio público.
Com a destruição do edifício-sede do SST, no dia 8 de janeiro de 2023, a Corte teve prejuízo de R$ 8.616.822,30, com 951 itens que foram furtados, quebrados ou completamente destruídos. A despesa para reconstrução do Plenário, com troca de carpetes, cortinas e outros, foi de R$ 3.424.600,25, totalizando cerca de R$ 12 milhões em prejuízo para os cofres públicos.
Barroso abriu a exposição “Após 8 de janeiro: reconstrução, memória e democracia”. Em seu discurso, o ministro relembrou as cenas que viu durante a noite do 8 de Janeiro, que classificou como um “espetáculo de horror” e “cena de barbárie”.
“Estilhaços de vidros, retratos atirados ao chão, móveis depredados, crucifixo arrancado da parede, bancada do plenário pisoteada, tapete queimado, água por todo lado, inscrições de ódio pelas paredes…Nós jamais esqueceremos. Estamos aqui para manter viva a memória desse episódio que remete ao país que nós não queremos. O país da intolerância, do desrespeito ao resultado eleitoral, da violência destrutiva contra as instituições. Um Brasil que não se parece com o Brasil”, afirmou o presidente do STF.
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