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Bolsonaro troca comando do Ministério de Minas e Energia

Exonerado a pedido, Bento Albuquerque deixa o cargo e assume Adolfo Sachsida, ex-assessor da Economia

Publicado quarta-feira, 11 de maio de 2022 às 07:56 h | Atualizado em 11/05/2022, 08:00 | Autor: Da Redação
Bento Albuquerque, agora ex-ministro
Bento Albuquerque, agora ex-ministro -

O presidente Jair Bolsonaro trocou, ainda na madrugada desta quarta-feira, 11, o comando do Ministério de Minas e Energia. Foi exonerado, a pedido, o então ministro Bento Albuquerque, e nomeado em seu lugar como titular da pasta Adolfo Sachsida, chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia.

As informações estão na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU). A mudança acontece depois de críticas de Bolsonaro à política de preços da Petrobras. Bento Albuquerque foi escolhido para o Ministério de Minas e Energia em novembro de 2018 e era um dos poucos remanescentes do quadro inicial do governo.

Na última quinta-feira, 5, o presidente citou Bento Albuquerque e o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, ao criticar o reajuste no preço do diesel para as refinarias.  

"Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel. Não estou apelando, estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil. É um apelo agora: Petrobras, não quebre o Brasil, não aumente o preço do petróleo. Eu não posso intervir. Vocês têm lucro, têm gordura e têm o papel social da Petrobras definido na Constituição", afirmou, durante uma transmissão nas redes sociais.

Ainda na ocasião, ele disse que os lucros registrados recentemente pela empresa são "um estupro", beneficiando estrangeiros e que quem paga a conta é a população. "O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem aumentar mais os preços dos combustíveis". As críticas foram realizadas antes de a estatal divulgar que teve um lucro de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre.

Sachida é doutor em economia, advogado e autor de livros e artigos técnicos sobre políticas econômica, monetária e fiscal, avaliação de políticas públicas e tributação. Ele foi professor em diversas universidades brasileiras, como a Universidade Católica de Brasília, onde foi diretor da graduação e do mestrado em economia. Além disso, também lecionou economia da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Ao ser questionado por jornalistas no dia 4 de março, o então assessor de Paulo Guedes e agora ministro se posicionou favorável à política de preços da Petrobras.

"Se eu criar medidas que gerem receio sobre a consolidação fiscal, risco país sobe, real se desvaloriza, combustíveis sobem. Começa com uma medida para reduzir o preço do combustível, mas é equivocada. Vai ter o resultado contrário. Entendo a demanda do Congresso e da sociedade, mas cabe a nós mostrar que elas não vão ter o resultado esperado", afirmou.

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