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Claro, Vivo e Tim sabiam dos ataques de software espião, diz Anatel

No entanto, operadoras não avisaram sobre as ameaças

Publicado quarta-feira, 31 de janeiro de 2024 às 16:07 h | Atualizado em 31/01/2024, 16:09 | Autor: Da Redação
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As operadoras de telefonia Claro, Tim e Vivo sabiam que suas redes estavam sendo atacadas pelo software espião FirstMile, contratado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e por outros órgãos públicos, mas não avisaram a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A informação foi confirmada pela própria Anatel.

A Anatel informou que, apesar de as operadores não terem informado, identificou-se que medidas de proteção para evitar os acessos indevidos tinham sido tomadas num passado recente.

O órgão disse ainda que abriu apurações internas e, entre outras coisas, investiga se as empresas "tinham conhecimento das vulnerabilidades sendo exploradas".

O uso do software espião e a produção de relatórios de inteligência sobre adversários político da família Bolsonaro estão na mira da Polícia Federal. As operações deflagradas tentam esclarecer a atuação da chamada "Abin Paralela" do governo Bolsonaro na gestão de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal.

As três operadores não se manifestaram sobre a falta de notificação e as invasões.

Entenda

O uso do FirstMile veio a público em março de 2023. Somente após a divulgação a Anatel tomou conhecimento dos fatos e abriu três processos, um para cada operadora.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a Polícia Federal encontrou um email em que um funcionário da empresa responsável pelo FirstMile relata uma tentativa de invasão na rede da Tim.

As empresas, segundo a Anatel, teriam corrigido as falhas que permitiam que a ferramenta monitorasse a localização de aparelhos celulares, mas não notificaram a agência à época da descoberta das invasões operadas pelo FirstMile.

Os investigadores afirmam que oficiais da Abin e policiais federais lotados na agência monitoraram os passos de adversários políticos de Bolsonaro e produziram relatórios de informações "por meio de ações clandestinas" sem "qualquer controle judicial ou do Ministério Público".

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