POLÍTICA
Criador do Plano Real diz que votou em Lula “pela democracia”
Pérsio Arida fez críticas à política econômica de Lula, mas diz não ter se arrependido do voto
Por Da Redação
Um dos criadores do Plano Real, o economista Pérsio Arida revelou nesta quarta-feira, 26, não se arrepender de ter votado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar das muitas críticas que possui à condução da economia no governo petista.
Ligado ao PSDB, Arida enfrentou a oposição de Lula durante a década de 1990, incluindo muitas críticas do petista ao Plano Real, que completa 30 anos em 2024. Apesar disso, o economista afirmou que votou no atual presidente para garantir a democracia. Na avaliação dele, o sistema democrático era ameaçado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A eleição entre Bolsonaro e Lula, a meu ver, era, antes de mais nada, uma escolha entre alguém que claramente ameaçava o fundamento democrático do país e outro que não. Voto no Lula, para mim, sempre foi um voto pela democracia, um voto anti-Bolsonaro”, disse o economista, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Apesar de opinar que a política econômica adotada por Lula impede o Brasil de se desenvolver no ritmo imagino pelos idealizadores do Plano Real, Arida afirmou não se arrepender do voto. Segundo ele, esses ajustes econômicos deverão ser realizados através do tempo, dentro do sistema democrático.
“Não tenho arrependimento. Para mim, ajustes na economia podem acontecer mais cedo ou mais tarde, mas, se você perder a democracia, tem um problema muito mais grave. Claro, esperava mais do ponto de vista econômico”, comentou o criador do Plano Real.
Arida também ponderou e declarou ser positiva a aprovação da reforma tributária, conduzida pelo governo Lula.
“Coisas boas aconteceram. A reforma tributária foi encaminhada. Apesar de todas as excepcionalidades, exceções e lobbies, a meu ver, foi um passo muito importante”, elogiou Arida.
Por outro lado, Arida criticou a indexação do salário mínimo à Previdência Social, que, segundo ele, estaria sendo sobrecarregada pelos aumentos reais dados pelos governos petistas.
“Com a indexação do salário mínimo à Previdência, muitos dos ganhos com a reforma já se perderam. Vamos ter que fazer uma outra reforma da Previdência por falta de coragem política para simplesmente dizer: olha, ganho real, ganho de produtividade, é para quem trabalha, não para quem não trabalha", apontou.
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