Crise do povo Yanomami será enviada para Tribunal em Haia

A crise humanitária sofrida pelo povo Yanomami será levada para o Tribunal Penal Internacional. Segundo informações que circulam pela imprensa, os detalhes do caso já estão sendo encaminhados para a corte em Haia. O processo tem como um dos principais investigados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A denúncia foi apresentada no ano de 2021, pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), contra Bolsonaro, por genocídio e crimes contra a humanidade. No final de 2021, as denúncias foram ampliadas com o avanço do desmatamento e a invasão de terras indígenas por garimpeiros.

O ex-presidente brasileiro também é acusado de extermínio e perseguição dos povos indígenas, além de imposição de atos inumanos. Ainda segundo a Apib, discursos de Bolsonaro tiveram consequências imediatas contra os indígenas.

Dados de 2019 do Conselho Indigenista apontam para 160 ataques a terras indígenas, 51 a mais do que em todo 2018. Os números de invasões, exploração ilega de recursos e de danos ao patrimônio também subiram de 109 em 2018, para 256 em 2019, registrando um crescimento de 135%.

Para que um crime seja considerado como genocídio, ele precisa atender a critérios como: infligir condições de vida de uma ou mais pessoas, que as vítimas sejam de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso e que o responsável tenha a intenção de destruir no todo, ou uma parte dessas pessoas.