INVESTIGAÇÃO
Empresa envolvida com Michelle Bolsonaro movimentou R$ 33 milhões
Movimentação financeira de empresa que pagou despesas de Michelle foi considerada "atípica" pelo Coaf
Por Da Redação
Uma empresa que está sendo investigada por supostamente ter financiado despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) teve uma movimentação financeira nos últimos anos considerada “incompatível” pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
De acordo com o órgão, a Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$ 16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril de 2023.
Essa movimentação de R$ 33,2 milhões foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa, que também está sendo investigada pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
“Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte / estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declarada”, diz o relatório do Coaf.
Os dados sobre a movimentação financeira “atípica” da empresa foram enviados à CPI do 8 de janeiro. A Cedro do Líbano é investigada em inquérito da Polícia Federal (PF), em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
O Coaf destaca em seu relatório que a empresa fez duas transferências bancárias, de R$ 8,33 mil cada, para o sargento Luís Marcos dos Reis, um dos militares da equipe de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tanto Cid quanto Reis estão presos desde maio por suspeita de envolvimento em esquema de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro. Antes de ser preso, Reis tinha participado pessoalmente dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.
Além das transações com Luís Marcos dos Reis, a Cedro do Líbano está sendo investigada também por causa de contratos suspeitos que foram fechados com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) durante o governo Bolsonaro.
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