A PARTIR DE LULA
Ex-assessora de ministro do STF acredita em pacificação com Planalto
Baiana Mariana Madera assessorou Marco Aurélio de 2016 a 2019, durante três gestões do Governo Federal
Por Lucas Franco
A menos de uma semana da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os últimos detalhes sobre a composição do novo Governo Federal têm sido acertados, a exemplo de anúncios de quem serão os ministros.
Pensando em como poderá ser a próxima gestão presidencial, a ex-assessora do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, Mariana Madera, disse que, com base em sua experiência dentro da instância máxima do Judiciário, as expectativas são de pacificação entre o Poder Executivo Federal e a Corte.
“Com a perspectiva de o governo Lula indicar de dois a três ministros, há uma intenção de que haja um diálogo até na indicação desses nomes. Que sejam nomes aprovados pelos ministros do STF, tenham respaldos”, disse Mariana Madera, em entrevista ao Portal A TARDE.
Mariana Madera deu como exemplo de melhora na relação o fato de que o ministro mais recente a ser nomeado, André Mendonça, sofreu grande resistência dos então ministros. “Que sejam nomes aprovados pelos ministros do STF, tenham respaldo”, continuou.
Apesar de acreditar que a relação entre Palácio do Planalto e STF deve melhorar, a ex-assessora de Marco Aurélio Mello enxerga que a aproximação do governo Bolsonaro com o STF também foi prejudicada pela falta de encontros presenciais durante o período de isolamento social. “Foi um governo em que boa parte se passou na pandemia, isso acabou prejudicando. Não tem como comparar [com os governos de Dilma e Temer]”, justificou.
Os ministros do STF, para Mariana Madera, têm separado as críticas às decisões da corte e as ameaças de destituição da instância máxima do Judiciário e de outras instituições. “Há uma tranquilidade com relação às críticas às decisões tomadas. Decisões podem gerar críticas, muitas vezes de quem não entende sobre a aplicação e a interpretação da lei. Essa crítica sobre as decisões é vista de maneira tranquila”, afirmou.
“Já o discurso golpista de fechar o STF, de destituir ministros ou criar novos cargos, isso não. Porque o próprio STF teve que lidar com ditaduras na época da ditadura militar, ministros foram aposentados compulsoriamente, então eles conhecem a história e enfrentam esses discursos de maneira muito dura”, completou.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes