PRIVATIZAÇÃO
Ex-ministro de Bolsonaro admite plano de privatizar a Petrobras
Adolfo Sachsida diz que venda da Petrobras era preparada para segundo mandato de Bolsonaro
Por Da Redação
O ex-ministro Adolfo Sachsida, responsável pela pasta de Minas e Energia durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), admitiu que havia um plano para vender a Petrobras — hoje, empresa de economia mista, dividida entre o Estado brasileiro e o setor privado — caso o então presidente da República conseguisse sua reeleição em 2022.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Sachsida defendeu que o setor privado consegue fazer gestão de mais qualidade que o Estado e disse que a principal empresa de gestão pública do país, a Petrobras, seria privatizada em um hipotético segundo mandato de Bolsonaro.
"Nós iríamos privatizar a Petrobras se o presidente Bolsonaro ganhasse a eleição. Embora muita gente não acreditasse que isso fosse possível, a privatização da Petrobras estava sendo preparada pelo governo", confessou Sachsida.
De acordo com o ex-ministro, os estudos para encontrar a melhor forma de vender a Petrobras já estavam sendo tocados internamente no governo de Bolsonaro.
“Havia várias propostas de como privatizar a Petrobrás na mesa, mas nós estávamos estudando uma maneira de fazer a privatização gerando competição nos setores de petróleo e gás. A gente não iria trocar um monopólio estatal por um monopólio privado. Isso iria facilitar e melhorar muito a vida dos brasileiros”, disse o ex-ministro bolsonarista.
Ainda segundo Sachsida, Bolsonaro havia dado um “sinal verde” para tocar a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), com a inclusão das empresas no PPI (Programa de Parceria de Investimentos).
"Pelo entendimento que eu tive com ele até o fim do governo, tinha sinal verde para tocar a privatização da Petrobrás. Tanto é que ela foi tocada. Não foi só da boca para fora. O primeiro passo foi pedir ao PPI para começar os estudos sobre a privatização e o conselho do PPI aprovou o nosso pleito”, afirmou Sachsida.
“Meu primeiro ato oficial foi solicitar ao ministro Paulo Guedes, a quem o PPI era subordinado, para incluir a PPSA e a Petrobras no processo de privatização. Então, eu acredito que teria o apoio do presidente para dar continuidade ao processo, caso ele ganhasse a eleição. Só que, agora, tudo mudou”, continuou.
Sachsida aproveitou a entrevista para marcar diferenças entre gestões e criticar o governo do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria recuado em ações em favor de privatizações.
"O atual governo tem uma visão de mundo muito diferente da nossa. Quando fui ministro de Minas e Energia, sempre procurei colocar um norte muito claro para cada uma das áreas que estavam sob minha direção. Nos setores de petróleo e gás, o meu norte era gerar competição", apontou o ex-ministro das Minas e Energia.
“O presidente Lula determinou a exclusão da Petrobrás, da PPSA e de mais seis empresas, como os Correios, a EBC [Empresa Brasileira de Comunicação] e o Serpro [Serviço Federal de Processamento de Dados], do PPI", concluiu.
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