BRASIL
Exoneração de Milton Ribeiro é publicada no Diário Oficial
Decisão foi tomada em reunião entre o ministro e Bolsonaro quando Ribeiro entregou a carta de demissão
Por Da Redação
A exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi publicada no Diário Oficial na tarde desta segunda-feira, 28, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro. Em carta ao mandatário, Ribeiro disse tratar-se de um "até breve", "pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta".
Ribeiro entregou o cargo após o escândalo do “gabinete paralelo” no MEC comandado por dois pastores evangélicos sem cargo oficial no governo. A decisão foi tomada em reunião com o presidente, no Palácio do Planalto, quando a carta de demissão foi apresentada.
“Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade”, afirmou, no texto.
No lugar de Ribeiro deve assumir o atual secretário-executivo da Pasta, Victor Godoy Veiga. Ele é servidor público efetivo oriundo dos quadros da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ribeiro é o quarto titular da pasta a cair durante o governo Bolsonaro - antes dele, passaram pelo cargo Ricardo Velez, Abraham Weintraub e Carlos Decotelli (este último foi nomeado, mas não chegou a tomar posse).
Inicialmente, a expectativa era de que Ribeiro apenas se licenciasse do MEC enquanto durassem as investigações sobre o caso. Questões jurídicas, no entanto, impediram a licença.
Uma série de reportagens do Estado de S. Paulo revelou que Ribeiro dividiu o comando do MEC com dois pastores acusados de cobrar propina de prefeitos em troca de liberar recursos na pasta. O Estadão mostrou com vídeos, fotos e agendas que o ministro recebia prefeitos a pedido dos pastores em seu gabinete e participava de eventos organizados por eles.
Em um dos áudios, Ribeiro diz que jantou com um prefeito do Maranhão que acabara de sair da prisão porque um dos pastores “pegou no seu pé”. O pastor Arilton Moura pedia dinheiro e até barra de ouro como propina de prefeitos, conforme revelou o jornal.
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