PERSONALIDADES NEGRAS
Fundação Palmares revoga ato que impedia homenagens
Presidente da Fundação, João Jorge trabalha pela retomada da missão institucional da entidade
Por Da Redação
Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) duas portarias que revogou os atos normativos que contrariavam a própria missão institucional da Fundação Cultural Palmares (FCP). Segundo o Ministério da Cultura, a revisão das portarias marca a retomada e o compromisso do Governo Federal com a proteção e a promoção da cultura afro-brasileira após anos de desmonte.
A Portaria FCP nº73, publicada no DOU desta quarta-feira, 5, revoga o ato, de 2020, que havia estabelecido que impedia que personalidades negras fossem homenageados em vida e resultou na retirada de nomes do rol. A nova portaria determinou, ainda, a criação de grupo de trabalho para expandir e fortalecer a lista, que terá caráter nacional.
Segundo Rodrigues, a revogação é um marco importante na retomada da missão institucional da FCP.
"Ao permitir somente homenagens póstumas, a norma revogada esvaziava a lista de personalidades negras. Além de incluir os nomes retirados devido à medida do governo anterior, teremos grupo de trabalho para fortalecer e ampliar a lista, que incluirá personalidades de diversos estados", garante o dirigente.
O reconhecimento das comunidades quilombolas também foi revisto com a publicação nesta quinta-feira, 6, da Portaria FCP nº75, que revogou uma uma medida de 2022 e devolveu o efeito à Portaria nº 98, de 26 de novembro de 2007, instituindo o grupo de trabalho para estabelecer procedimento de reconhecimento dos remanescentes de quilombos.
A portaria tornada sem efeito havia dificultado o processo de reconhecimento dos quilombos. Entre as exigências impostas, estavam a instrução de processo administrativo pela via eletrônica, com cadastro de e-mail do responsável pela comunidade algo inacessível à maioria dos quilombolas, a imposição de prazos para o atendimento a pedidos de informação e a possibilidade de que técnicos visitassem as comunidades em busca de um "histórico inconsistente", mas sem definição para tal, dizia o documento.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, pontuou que a revisão dos atos é mais um exemplo do compromisso do Governo Federal com a diversidade cultural brasileira.
"Este governo tem um olhar transversal sobre a cultura, temos um recorte de gênero e de raça em todas as nossas políticas. A partir de agora, a herança cultural afro-brasileira terá o reconhecimento devido", afirma a ministra.
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