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DESENVOLVIMENTO

Governador vira chave e transforma Pará em exemplo de sustentabilidade

Estado reduziu em 46% o nível de desmatamento em 2023 e será sede da COP-30 em novembro de 2025

Por Gabriela Araújo

29/05/2024 - 6:00 h | Atualizada em 29/05/2024 - 14:35
Governador Helder Barbalho explica mudanças no plano de desenvolvimento do estado
Governador Helder Barbalho explica mudanças no plano de desenvolvimento do estado -

Sob as bênçãos do governador Helder Barbalho (MDB-PA), o estado do Pará vem se consolidando no combate ao desmatamento e lidera discussões quando se trata do fomento de ações sustentáveis. De janeiro a dezembro de 2023, a região, que é conhecida pelas suas riquezas verdes, conseguiu reduzir em 46% o nível de desflorestamento.

O marco obtido na gestão de Barbalho dá início a um novo capítulo da história do estado, que ganhará holofotes mundial em 2025, quando abrirá as portas da cidade do Belém, conhecida como a capital do açaí, para abrigar a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-30), prevista para acontecer nos dias 10 a 21 de novembro.

O governador paraense conversou com o Portal A TARDE e elucidou as iniciativas, classificadas por ele como “comando e controle”, que estão dando um novo rumo ao estado. Segundo o emedebista, as mudanças registradas no Pará são fruto de um extenso estudo iniciado em 2019, com vista no fortalecimento de todos os setores econômicos desenvolvidos na região.

“Tivemos uma escolha a partir de 2019, de construir um novo capítulo, um modelo de desenvolvimento para o estado do Pará que pudesse conciliar as vocações: da produção alimentar, de uma forte pecuária e agricultura, de um importante papel na mineração do Brasil. Mas, olhar sobre a possibilidade da inclusão de uma nova vocação baseada na natureza, a partir da valorização da floresta. O Pará tem 75% do seu território de floresta nativa e amazônica e para isto, nós iniciamos o processo de combater as ilegalidades ambientais para reduzir o desmatamento”, iniciou Barbalho.

O chefe do Executivo estadual ainda revelou que deseja estimular as áreas produtivas do Pará, a partir da bioeconomia, isto é, um modelo de produção industrial baseado no uso de recursos sustentáveis. Sendo as florestas o chamariz do estado, Helder estuda a possibilidade de implantar uma sociobioeconomia, que coloca em evidência o protagonismo da comunidade tradicional.

“Nós precisamos construir soluções econômicas, a partir da sociobioeconomia. Com isso, nós estabelecemos metas ousadas de redução de emissões [de gás carbônico], redução de desmatamento e inclusão de novas estratégias. Destacando um plano estadual de bioeconomia para gerar uma nova oportunidade a partir das riquezas das florestas, fortalecendo as atividades de cosméticos, de fármacos, de biomateriais e de alimentos advindos da natureza. Junto a isto, [vem] um investimento forte em ciência, tecnologia e inovação. Nós estamos em obras do parque de bioeconomia da Amazônia”, explicou o ex-ministro da Integração Nacional do Brasil.

E continuou: “Passamos a estimular as startups para que possam fazer a experiência de incubadoras de bionegócios do estado do Pará. Em paralelo a isto, atuamos no processo de uso da terra com intensificação produtiva, particularmente, da pecuária e a integração lavoura-pecuária e floresta para restaurar as áreas que foram desmatadas”.

A Bahia e o Pará se assemelham na produção de uma das importantes riquezas do estado baiano, que é o cacau, com uma forte produção no sul, a exemplo da cidade de Ilhéus, que concentra a maior parte do fruto. Conforme o governador paraense, “o cacau tem sido uma grande estratégia de produção e de restauro das áreas desmatadas fazendo a integração de atividades e se mostrando mais rentável que a pecuária extensiva”.

Holofotes mundiais para as florestas

Porta de entrada para a Floresta Amazônica, a cidade de Belém se prepara para recepcionar aproximadamente 70 mil pessoas em 2025, quando será realizada a COP-30 (conferência do clima da ONU), em que são esperados a presença de 140 chefes de Estado.

O governador acredita que a escolha da capital do Pará como sede da conferência transformará a cidade em vitrine mundial no que se refere às pautas ambientais. A batida de martelo do presidente Lula (PT) pelo município, divulgada em maio do ano passado, é fruto da nova política paraense.

“A gente tem o estado que escolheu construir essa história em 2019 e tem a oportunidade de viver o ápice desta construção em 2025, quando nós seremos sede da COP em Belém, a COP das florestas. Portanto, é o mundo vindo para a floresta amazônica e para o Brasil, para debater aquilo que se pensar para humanidade e os compromissos efetivos que o mundo irá construir pensando no hoje e compreendendo as urgências [climáticas]”, enfatizou Barbalho.

Com isso, o governo do Pará vem turbinando os investimentos em áreas prioritárias, a exemplo de obras de infraestrutura, o qual está sendo empregado R$ 5 bilhões. Entre as intervenções contempladas com os recursos direcionados para o evento mundial está a construção do Parque Linear da Doca.

“A COP-30 representa uma grande oportunidade para a Amazônia. Eu tenho dito que a COP-30 deixou um legado para a cidade de Belém e para a Região Metropolitana, com [investimento em] mobilidade urbana, obras de macrodrenagem, o fortalecimento do ecoturismo e novos parques urbanos. Mas, o principal legado é o ambiental”, emendou.

Do total recebido injetado no erário estadual, apenas R$ 3,6 bilhões advém de investimento federal, sendo R$ 2,3 bilhões do BNDES e R$ 1,3 bilhão do Itaipu.

Mesmo com os altos montantes, o Pará ainda enfrenta um grande desafio na recepção da cúpula das Nações Unidas para solucionar o problema, Helder Barbalho aposta em locação de Airbnb, cruzeiros e uma vila provisória para hospedar todos os integrantes da conferência.

COP das oportunidades

O governador também destacou ao Portal A TARDE que o evento será a chance da sua administração mostrar a guinada que transformou a região Norte do país como um novo exemplo de desenvolvimento.

“Vamos apresentar um estado que vira a chave, que sai do maior vilão do desmatamento do Brasil, para uma escolha de um novo desenvolvimento sustentável, fortalecendo as vocações baseadas na natureza, essa é a principal mensagem que o estado do Pará quer apresentar”, afirmou o emedebista.

O chefe do Executivo ainda projeta que a série de congressos realizados em Belém é um pontapé para a renovação dos investimentos verdes paranaenses.

“É uma coragem quebrar um paradigma e fazer a COP em cidade da Amazônia partindo do princípio que nós não estamos apenas recepcionando o evento. Nós estamos fazendo um chamamento a uma causa, em que o mundo vai compreender os desafios das florestas e da Amazônia. É isso que nós esperamos. Floresta viva tem que valer mais do que floresta morta. Para isso, precisa que o mundo aporte recursos para o financiamento climático na urgência da agenda e que possam ser discutidos outros biomas do Brasil”, evidenciou Helder.

Commodity do futuro

Com os fenômenos climáticos acontecendo de forma mais severa no país, a exemplo das últimas enchentes registradas no Rio Grande do Sul, no fim do mês de abril, vem forçando os governantes a discutirem um novo modelo de combate à crise climática, por meio do mercado de carbono.

“Cada vez mais, a agenda climática, as urgências ambientais estarão na pauta da humanidade e nós estamos vendo isso, particularmente, no Brasil, com este evento dramático que está acontecendo no Rio Grande do Sul, em uma escala que em nosso tempo nunca se foi percebido e visto. A urgência climática transforma eventos como esse em um novo normal. [...]”, salientou.

No Pará, por exemplo, o governo estadual já debate a possibilidade da utilização do carbono para alavancar a redução do efeito estufa, tendo em vista que as florestas são responsáveis por 10% da emissão de gases, e do desmatamento, com o intuito de transformá-lo em um novo commodity global.

“A outra estratégia são as concessões de florestas, as concessões para restaurar áreas que foram desmatadas lideradas pela agenda do mercado de carbono. Eu não tenho dúvidas que o mercado de carbono, de que a captura do carbono passa a ser um nova commodity global. Da mesma forma que o Brasil tem sido líder da commodity minerária e o Pará lidera essa agenda. Nós temos a commodity verde e ambiental”, afirmou.

A expansão deste novo mercado já está sendo proposta em palestras e congressos com foco no ESG (sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, traduzindo Ambiental, Social e Governança), como forma de neutralizar as emissões desses gases. O governador Helder Barbalho (MDB) acredita que o investimento na área deverá render ao estado cerca de R$ 375 milhões.

“O mundo todo hoje tem como agenda ESG, a neutralização das emissões. Neutralizar as emissões é fazer com que aquilo que se emite possa ser revertido com aquilo que se captura e quem captura não é quem emite, e sim, o mercado. [Nesse sentido] é uma grande oportunidade, porque temos uma grande floresta, que é a principal captura de carbono”, afirmou. “Estes recursos devem ser distribuídos com os povos tradicionais: indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultura familiar. Uma parte disso ficará com o governo, que fica obrigado a aplicar este recurso na política nacional de desmatamento”, concluiu.

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Tags:

bioeconomia COP-30 desmatamento Helder Barbalho mercado de carbono Pará sustentabilidade

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