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Governo Lula anuncia imposto reduzido para camarão e picanha; entenda

Consumo de camarão seco pelas classes mais baixas na Bahia foi usado como justificativa

Publicado quinta-feira, 25 de abril de 2024 às 19:36 h | Atualizado em 25/04/2024, 19:46 | Autor: Da Redação
Uso de camarão seco pela população baiana foi justificativa do governo Lula para imposto reduzido no produto
Uso de camarão seco pela população baiana foi justificativa do governo Lula para imposto reduzido no produto -

O churrasco com picanha e a comida baiana temperada com muito camarão seco estão garantidos. Pelo menos é o que espera o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que anunciou nesta quinta-feira, 25, que carnes bovinas e camarão serão produtos tributados apenas parcialmente na Reforma Tributária, possibilitando assim suas vendas por um preço mais acessível.

A revelação do governo surge como complemento do anúncio da Cesta Básica Nacional, que, dentro da Reforma Tributária, elegeu quinze alimentos para serem totalmente isentos de tributação. A ideia é proteger os setores mais pobres da população e garantir que os itens essenciais da alimentação do brasileiro possuam um preço acessível.

Para selecionar os alimentos da Cesta Básica Nacional e aqueles que terão tributação reduzida, o governo seguiu as recomendações de alimentação saudável e nutricionalmente adequada do Guia Alimentar para a População Brasileira, de autoria do Ministério da Saúde.

De acordo com a proposta do governo Lula, terão imposto zero os seguintes alimentos: arroz; feijão; leites e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica; manteiga; margarina; raízes e tubérculos; cocos; café; óleo de soja; farinha de mandioca; farinha de milho, grumos e sêmolas de milho, grãos de milho esmagados ou em flocos; farinha de trigo; açúcar; massas; e pães comuns, feitos apenas com farinha de cereais, fermento biológico, água e sal.

Mesmo não compondo a Cesta Básica Nacional, ovos, frutas e produtos hortícolas também ficarão totalmente isentos de tributação, conforme a proposta divulgada pelo governo federal nesta quinta.

As carnes bovinas e a maioria dos crustáceos também devem ser protegidos, com uma alíquota 60% menor do que a média definida pela equipe econômica do governo (26,5%). Essa proposta visa garantir a promessa de campanha de Lula, de tornar acessível a compra e o consumo de picanha pela população brasileira, mas também proteger tradições culinárias regionais, como é o caso da Bahia, que usa camarão seco como tempero de diversos pratos típicos, como caruru, vatapá e xinxim.

Durante a apresentação do projeto de regulamentação da reforma nesta quinta, o exemplo foi usado pelo diretor de programa da Secretaria Extraordinária de Reforma Tributária, Rodrigo Orair, que lembrou que o camarão é utilizado na Bahia inclusive pelas classes menos abastadas.

Pagará apenas 40% da alíquota média a comercialização de carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto foie gras), miudezas comestíveis de ovinos e caprinos; peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns; bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos); crustáceos (exceto lagostas e lagostim) e moluscos; leite fermentado (iogurte), bebidas e compostos lácteos; queijos tipo muçarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino; mel natural; mate; farinha, grumos e sêmolas de cerais, grãos esmagados ou em flocos de cereais (exceto milho); tapioca; óleos vegetais e óleo de canola; massas alimentícias; sal de mesa iodado; sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes; e polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes.

Alguns produtos de limpeza também foram incluídos na lista de produtos que terão tributação reduzida em 60%: sabões de toucador; pastas de dente; escovas de dente; papel higiênico; água sanitária; e sabões em barra.

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