INQUÉRITO
"Indícios fortíssimos de crime de genocídio", diz Dino sobre Yanomami
Ministro da Justiça disse que PF vai investigar crime de genocídio e omissão contra o povo Indígena
Por Da Redação
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), determinou nesta segunda-feira, 23, que a Polícia Federal abra uma investigação para apurar o crime de genocídio e os crimes ambientais praticados na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A ação foi encaminhada ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“O presidente Lula determinou que as leis sejam cumpridas em todo o país. E vamos fazer isso em relação aos sofrimentos criminosos impostos aos Yanomamis. Há fortes indícios de crime de genocídio, que será apurado pela PF”, afirmou Dino durante coletiva de imprensa.
De acordo com o ministro, há indícios suficientes de que houve omissão de funcionários públicos, inclusive de alto escalão na administração federal durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Fundação Nacional dos Povos Indígenais (FUNAI) é uma das entidades que estão na mira da PF.
"Não tenho nenhuma dúvida técnica, embora evidentemente não me caiba julgar, de que há indícios fortíssimos de materialidade do crime de genocídio (…) A PF deve apurar se foi algo doloso ou foi puramente negligência. O que vimos no sábado é que há um desmonte na estrutura de atendimento aos Yanomami”, apontou.
O ministro cutucou Bolsonaro, durante a entrevista. "No ofício que enviei ao Dr. Andrei, eu aludo especialmente à ação e omissão de agentes públicos. Aqui me refiro a agentes públicos de vários níveis. Tivemos, primeiro, estímulo ao garimpo ilegal na Amazônia brasileira. Tivemos, inclusive, visita do ex-presidente da República Jair Bolsonaro a um garimpo ilegal que não tinha ainda condições de regularidade, segundo se anuncia”.
Ainda segundo Dino, nos próximos dias, o Ministério da Justiça vai aumentar a participação nas ações migratórias de venezuelanos em Roraima e organizará com a PF o cumprimento de decisões de retirada de garimpeiros do território.
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