PROTESTOS
Itália examinará cidadania honorária de Bolsonaro
A cidade italiana Anguillara Veneta é a terra natal de Vittorio Bolzonaro, bisavô do ex-presidente Bolsonaro
A população da cidade de Anguillara Veneta, na Itália, está organizando uma manifestação para acontecer neste sábado, 28, contra a prefeitura Alessandra Buoso, do partido de extrema direita Liga Norte, pedindo o cancelamento da cidadania honorária concedida ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Anguillara Veneta é terra de origem do clã Bolsonaro. Vittorio Bolzonaro, bisavô do ex-presidente, saiu da cidade italiana com sua família para o Brasil, por volta de 1878. A mudança da ortografia do nome do para Bolsonaro, se deu por causa de um erro no cartório brasileiro.
Segundo informações do UOL, a cidadania honorária não garante qualquer tipo de benefício legal para que o ex-presidente possa se mudar para o país de seus ancestrais. Mas a decisão de conceder a homenagem abriu uma crise política e um processo judicial, diante da tentativa da oposição de cancelar o gesto feito pela prefeita.
O ex-presidente não solicitou cidadania ao governo italiano. Em novembro de 2022, seus filhos apresentaram um pedido formal ao consulado no Brasil para acelerar os processos para que possam ter passaporte do país europeu.
A manifestação está prevista para acontecer antes do início da reunião do Conselho Municipal marcada às pressas e sem aviso prévio aos políticos da oposição que sempre foram contrários a concessão da honraria. Entidades como a Associação Nacional dos Partigiani e o sindicato CGIL também apoiarão o ato contra a homenagem ao brasileiro. Nos cartazes distribuídos para convocar a manifestação, Bolsonaro é chamado de "golpista".
"O Conselho foi convocado em muito pouco tempo e sem nos consultar", disse Antonio Spada, líder da Lista cívica "Vivere Anguillara Insieme".
Ainda de acordo com o UOL, Spada disse que "a oposição havia pedido uma reunião no conselho para discutir algumas de moções entre elas o pedido de cassação da cidadania honorária dada a Bolsonaro, pois além de não exercer nenhum cargo no Brasil, não tem os requisitos para representar os migrantes italianos, ainda mais depois do que está acontecendo no país", disse o líder italiano.
"No entanto, é triste constatar que a administração convocou o Conselho para sábado, 28, às 10 horas da manhã, sem nos consultar, simplesmente nos comunicou três dias antes (da reunião), mesmo sabendo que entre alguns não poderão comparecer porque estão no trabalho", pontuou.
Segundo o político, "a jogada da administração é simples: ao convocar o vereador em pouco tempo e colocar imediatamente nossos pontos em votação, a prefeita quer impedir nossa própria presença na sessão (e evitar que haja mais oradores) e ao mesmo tempo evitar que haja participação dos cidadãos na própria sessão. Como eles não permitem a gravação e como as atas das sessões são sintéticas, eles podem contar diferentes versões de como a própria sessão ocorreu".
Para o Italiano, Bolsonaro deve enfrentar o julgamento de suas ações e assumir suas responsabilidades. "Veja, o caso dos yanomami confirma nossas preocupações. Ter o nome da nossa cidade associado a esta pessoa é um grande problema ".
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