SUSPEITA DE FAVORECIMENTO
Justiça afasta presidente do Iphan após discurso de Bolsonaro
Medida ocorre após Bolsonaro dizer que "ripou" servidores por causa do embargo numa obra de Hang
Por Da Redação
A Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou o afastamento da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Peixoto Dutra, neste sábado, 18.
A decisão da Juíza Mariana Tomaz da Cunha foi em caráter liminar e acontece dias após a declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que "ripou" servidores do órgão após embargo de uma obra feita pelo empresário Luciano Hang, dono da Havan e apoiador de seu governo. O pedido de afastamento da presidente do Iphan partiu do Ministério Público Federal.
"Com efeito, no exercício de suas funções, o atual Exmo. Presidente da República admitiu que, após ter tomado conhecimento de que uma obra realizada por Luciano Hang, empresário e notório apoiador do governo, teria sido paralisada por ordem do Iphan, procedeu à substituição da direção da referida autarquia, de modo a viabilizar a continuidade da obra”, explicou a juíza Mariana Tomaz da Cunha, em sua decisão.
Para a magistrada, as falas “supratranscritas sugerem, ao menos em um juízo de cognição sumária, uma relação de causa e efeito entre as exigências que vinham sendo impostas pelo Iphan à continuidade das obras do empresário e a destituição da então dirigente da entidade”.
Em seguida, a juíza registrou que as declarações do presidente "sinalizavam, desde a reunião interministerial realizada em 22 de abril de 2020, a intenção de substituir a presidência da autarquia com o propósito não de acautelar o patrimônio cultural brasileiro, mas de promover o favorecimento pessoal de interesses específicos de pessoas e instituições alinhadas à agenda governamental".
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