SECRETARIAS DE GOVERNO
Lúcio diz que aguarda diretrizes de Jerônimo para indicações de nomes
Líder do MDB destaca que governador eleito quer secretários com o perfil da gestão que começará em 2023
O ex-deputado Lúcio Vieira Lima, presidente de honra do MDB, em conversa com o PORTAL A TARDE, avaliou a formação da equipe de transição do governo estadual, as possibilidades para o secretariado da próxima gestão e o papel da sua legenda nesse processo e as chances de ter o senador Jaques Wagner (PT) e o governador Rui Costa (PT) ocupando cargos no alto escalão do governo federal.
De acordo com o ex-parlamentar, a forma com que o governador eleito, Jerônimo Rodrigues (PT), tem conduzido a transição, e as medidas que ele disse adotar para a escolha dos seus secretários e secretárias, derruba por terra a tese do grupo político opositor ao petista no pleito deste ano, de que Jerônimo seria uma mera extensão da gestão atual.
“Ele já mostra que tem o compromisso com o projeto político, mas que o governo terá a cara dele. Ele já deixou claro que os acertos que o governo de Rui Costa teve, ele irá manter, e alguma coisa que precisa corrigir o rumo ou melhorar, ele irá fazer, com base no pensamento dele e na equipe dele”.
Lúcio destacou também que Jerônimo, ao afirmar que pretende alinhar as políticas no âmbito local com as desenvolvidas pelo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), faz uma aposta certeira para desburocratizar e facilitar a vinda de recursos para o estado.
“Na hora que Lula cria uma pasta e Jerônimo cria aqui uma secretaria, uma superintendência ou uma diretoria no mesmo sentido, o contato direto com o ministério facilita e agiliza o caminho do recurso para chegar na Bahia e ser aplicado”, explicou o ex-parlamentar.
Além disso, o líder do MDB baiano disse que a diretriz apontada pelo governador eleito é de que escolherá o secretário ou secretária para determinada secretaria levando em conta o perfil e a competência do gestor e não apenas o direcionamento dos partidos da base.
“Se ele achar que [o indicado] preencha o perfil que ele imagina para o governo dele, irá aproveitar, e caso não seja na mesma pasta [indicada], ele faria um ‘rodízio’ para aproveitar em outra secretaria. Mas não vai ter nenhum compromisso, nas palavras dele, de manutenção de indicação de A, B ou C”, apontou.
Lúcio comentou ainda que o MDB está se comportando, nesse processo, como todos os partidos da base devem estar se comportando e aguardando as diretrizes do governador eleito. “No momento que Jerônimo achar conveniente, irá chamar o partido para conversar para indicar. Se os nomes indicados forem competentes, se forem compatíveis com o que ele imagina, ele decidirá se poderá aproveitar ou não”.
Ministérios com baianos
O dirigente do MDB falou também a respeito das especulações sobre o senador Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT) assumirem ministérios no governo Lula. Para ele, todos os baianos deveriam torcer para que isso se concretizasse.
“Eu acho que é muito importante ter ministros baianos. Rui, Wagner, Otto [Alencar]… quanto mais, melhor para a Bahia. Quando Geddel [Vieira Lima] foi ministro, trouxe todos os recursos que pôde para o estado. Depois, na Secretaria de Governo [na gestão do presidente Michel Temer], o primeiro ato dele foi destravar os recursos para o BRT”.
Lúcio lembrou ainda do rompimento entre o deputado federal João Roma (PL) e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). “Recentemente, na história da política baiana, tivemos o caso do candidato de oposição a Jerônimo ao governo, que, quando era prefeito, se manifestou contrário à ida de Roma, seu aliado, para o Ministério da Cidadania. Se ele tivesse apoiado na época, teria tido mais facilidade com recursos para Salvador e, nas eleições, ainda teria um apoiador ao governo do estado e não um adversário”, analisou.
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