Perfil de Aras abre espaço para Lula mantê-lo na PGR

Perto do fim do seu mandato, o procurador-geral da República, Augusto Aras ainda busca uma recondução e tem feito acenos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável pela escolha. O jurista baiano cumpriu dois mandatos no cargo por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), rival do petista.

De acordo com a colunista Roseann Kennedy, no Estadão, internamente no Governo Lula, Aras é considerado um garantista, que evita denunciar gestores por pressão popular ou da mídia e que não criminaliza a política. Por esse perfil, aliados do presidente recomendam a recondução.

Aras foi chamado de "bolsonarista" durante a sua atuação como PGR por diversas vezes não apresentar denúnicas contra o ex-presidente. No entanto, nesta sexta-feira, 14, ele publicou em suas redes sociais um vídeo no qual diz ter aberto “oito inquéritos contra o presidente da República", em trecho extraído de entrevista concedida ao SBT News.

Na segunda-feira, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), elogiou Aras por sua postura anti-lavajatista. "Na minha opinião, é inegável essa contribuição que ele deu. Reconheço que ele prestou um serviço importante para o Brasil e para o Poder Judiciário", disse o senador à GloboNews.

O mandato de Aras na PGR chegará ao fim em setembro e Lula não deve escolher nenhum integrantes da tríplice elaborada pela categoria. Em maio, votação da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) elegeu José Adonis Callou, Luiza Frischeisen e Mario Bonsaglia.

O presidente da República não é obrigado a escolher um nome da lista tríplice. Nos seus dois primeiros mandatos, Lula respeitou a lista, mas teve problemas com a PGR.