NOVA FASE
Qual será a cara do governo Lula?
Lula soma 14 siglas partidárias que apoiou nas urnas e as outras que ganharam cargos no primeiro escalão
Por Da Redação*
Eleito no segundo turno por 60,3 milhões de eleitores – 50,9% dos votos válidos, na menor diferença já registrada entre dois candidatos finalistas –, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, volta hoje à Presidência da República com grande expectativa de analistas, investidores e políticos sobre qual será o perfil que dará ao seu terceiro mandato.
Após derrotar Jair Bolsonaro (PL) sob a promessa de montar um governo de frente ampla, incluindo os novos apoios recebidos de forças de centro, os primeiros sinais que emitiu foram contraditórios. A posição destacada do PT deixou dúvidas sobre a abertura para setores além da esquerda. O anúncio final do ministério na última quinta-feira, mostrou a incorporação de legendas centristas PSD, União Brasil e MDB. Mas ainda há incertezas.
Entre os partidos que apoiaram Lula nas urnas e as outras que ganharam cargos no primeiro escalão, o presidente somou 14 siglas com assento no Congresso a ser inaugurado em fevereiro. Especialistas calculam, contudo, que ele ainda não conta com os desejados dois terços das 513 cadeiras da Câmara para aprovar pautas fundamentais, como a do novo marco fiscal.
A senadora Simone Tebet (MDB), que disputou a Presidência e se engajou na campanha do presidente eleito no segundo turno, foi uma das últimas peças colocadas no quebra-cabeças ministerial, formado por 37 cargos, aceitando participar como titular do Ministério do Planejamento sem bancos públicos sob seu guarda-chuvas. Com isso, o comando da economia continua centralizado no PT do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
O partido de Tebet foi contemplado ainda com as pastas das Cidades e dos Transportes, entregues a filhos dos senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros. No saldo final, Lula montou um gabinete com nove partidos, inclinado à esquerda, tendo Rui Costa (PT) coordenando na Casa Civil, hegemonia petista na economia e força na vitrine dos programas sociais. Para contornar o descontentamento de Solidariedade, PV e Cidadania, legendas que o apoiaram no segundo turno e ficaram fora, o presidente deverá recorrer às vagas no segundo escalão e em estatais.
*Equipe de A TARDE, direto de Brasília
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