EM BRASÍLIA
Rui lista desafios da Casa Civil: “Muitas obras paradas"
Petista disse que modelos de sucesso de PPPs nos estados podem tirar país de “ciclo vicioso de recessão”
Horas depois de ser indicado como ministro-chefe da Casa Civil pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), durante entrevista coletiva, listou os desafios da pasta que assumirá em janeiro de 2023. Ele disse que vai atuar na articulação com estados e municípios e apresentou as diretrizes apontadas por Lula para o ministério que comandará.
Segundo o político baiano, a prioridade é incentivar e articular com os outros ministérios o retorno dos investimentos e a conclusão das obras paralisadas. Ele citou os relatos dos grupos de transição, que mostram um cenário, de acordo com ele, “grave”, de obras inacabadas pelo país.
“Eu já fiz contato com o ministro do TCU [Tribunal de Contas da União] para fazer o levantamento do que tem paralisado ou em conclusão, mas só para dar um exemplo, na Bahia nós devemos ter de obras de escolas, creches, quadras ou obras que têm a finalidade na educação, em convênios com os municípios, em torno de quinhentas [obras inacabadas]. Só para falar do item educação de convênios com o município da Bahia", afirmou, na tarde desta sexta-feira, 9.
"Não sei se essa é a média por estado e nós estamos, de hoje para segunda, pegando detalhadamente essa relação. Mas é um número absurdo, principalmente se tratando de tema tão fundamental para transformação da vida das pessoas, que é a educação”, destacou o atual chefe do Executivo baiano.
Rui disse ainda que outro ponto que deve fazer parte da sua atuação na Casa Civil é o diálogo constante com os estados do país, através de reuniões regulares, com governadores para criar uma agenda de ações de investimento e de uma agenda que pode, eventualmente, se desdobrar em ações que precisem de votação no Parlamento.
“Nós buscaremos envolver, de forma permanente e regular, os estados brasileiros nesse novo pacto de governança que o Lula tem falado, que se baseia no diálogo, assim como nós articularemos junto com os outros ministros e com as pastas devidas, a volta do diálogo com setores empresariais, com as diversas cadeias produtivas para que as medidas adotadas sejam fruto de um intenso diálogo, de um intenso debate com os empresários dos diversos segmentos industriais, agrícolas, de serviços, e, portanto, que isso ajude a alavancar também investimentos”, apontou o ministro-chefe da Casa Civil anunciado por Lula.
O investimento privado em obras públicas, explicou o petista, será intensificado com o objetivo de aumentar os investimentos nos estados.
“Nós vamos organizar e intensificar o retorno dos investimentos através do número de concessões e de parcerias público-privadas (PPP). Vamos estudar isso nos estados brasileiros que têm tido sucesso, a Bahia é um deles, o Ceará, o Piauí e outros estados brasileiros que estão nesta modelagem de PPP para alavancar investimentos. O que sai desse aprisionamento do colapso fiscal que nós estamos neste momento e possibilita obras de infraestrutura de longo prazo e estruturantes que ajudariam a retomada dos negócios e na atração de investimentos”, explicou.
De acordo com Rui, essa é uma possibilidade para que o país saia do “ciclo vicioso de recessão”. “Nós não podemos ficar nesse ciclo vicioso de recessão, de desemprego, de crise, de colapso fiscal, de queda de arrecadação. Então nós precisamos iniciar um ciclo virtuoso e esse ciclo só começará com elevação de investimentos. E, na limitação de investimentos por custos orçamentários, nós temos que buscar os investimentos em parceria com a iniciativa privada e buscaremos esses novos formatos já implementados de forma regular pelos estados brasileiros”, finalizou Rui.
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