APURAÇÃO
Sérgio Camargo pode ser investigado por ofensas contra Moïse
Procurador pediu que o MPF abra investigação sobre conduta do presidente da Fundação Palmares
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão solicitou na terça-feira, 16, que sejam apuradas as declarações do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, sobre a morte do congolês Moïse Kabagambe. Através de um ofício, o órgão cobra a investigação da conduta nas esferas civil, criminal e administrativa.
Em seu perfil no Twitter, Sérgio Camargo se referiu ao congolês como "vagabundo". "Moise andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava", escreveu no dia 11 de fevereiro.
Moïse foi espancado até a morte em quiosque de beira de praia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no dia 24 de janeiro. Nas palavras de Camargo, "o brutal assassinato nada teve a ver com racismo!". "Moïse foi vítima da selvageria de pretos como ele", disse.
No ofício enviado ao MPF (Ministério Público Federal), o procurador Carlos Alberto Vilhena diz que causa desconforto a vítima ser tratada como "vagabundo", pois o crime supostamente ocorreu por uma dívida trabalhista do quiosque com o congolês.
Vilhena também afirma que Camargo facilitou a circulação das ofensas ao fazer uma postagem com esse tom para seus mais de 30 mil seguidores na rede social. Ele lembra ainda que a polícia fluminense disse a veículos de imprensa que o racismo estrutural está relacionado ao tema.
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