CASO DE FAMÍLIA
“Traição é algo que você faz e não avisa”, diz Cid Gomes sobre Ciro
Cid comentou desentendimentos com o irmão Ciro Gomes sobre decisões do PDT no Ceará
O senador Cid Gomes (PDT-CE) comentou neste domingo, 2, os desentendimentos que teve com seu irmão Ciro Gomes (PDT), ex-candidato à presidência do Brasil, desde o período pré-eleitoral de 2022. Os familiares passaram a se desentender devido a discordâncias políticas no estado do Ceará.
O rompimento se deu inicialmente no momento da escolha do candidato a governador apoiado pelo PDT em 2022. Enquanto Ciro defendia a escolha do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), Cid Gomes se manteve ao lado da então governadora Izolda Cela (à época, do PDT).
Na batalha interna, Ciro venceu a disputa e conseguiu emplacar a candidatura de Roberto Cláudio. A decisão causou o rompimento de uma antiga aliança do PDT no Ceará com PT, que acabou lançando Elmano de Freitas como candidato próprio e venceu as eleições no primeiro turno.
Durante a campanha, Cid se ausentou dos eventos eleitorais de Ciro Gomes e de Roberto Cláudio, o que fez com que o então candidato à presidência reclamasse de traição do irmão senador, dizendo ter recebido uma “facada nas costas”.
"Não foi traição. Traição é algo que você faz e não avisa. Eu avisei que não me manifestaria sobre a eleição estadual. Agora Ciro fica aí falando de facada", respondeu Cid, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo neste domingo.
"Como não concordava em romper a aliança, me recolhi para não brigar com Ciro e me resguardei. Eu avisei que não iria manifestar na eleição estadual", explicou o senador.
Cid ainda revelou que avisou que a escolha por Roberto Cláudio provocaria o rompimento com o PT no Ceará e uma consequente derrota eleitoral da família Gomes nas eleições estaduais.
"Tudo que eu previ aconteceu. Tivemos uma grande derrota", disse Cid, sobre o resultado eleitoral no estado, que terminou com a vitória de Elmano de Freitas, com 54% dos votos válidos, enquanto Roberto Cláudio ficou apenas em terceiro lugar, com 14%.
Na época, nem Cid nem Ivo Gomes — prefeito de Sobral-CE e também irmão — compareceram aos eventos de campanha de Ciro durante as eleições presidenciais, justificando a presença de Roberto Cláudio.
"Não fomos [aos eventos] porque ele estava com Roberto Cláudio. Eu e Ivo propusemos para que Ciro fizesse uma agenda sem Roberto Cláudio, mas ele não quis", concluiu o senador.
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