ACESSÓRIO DO SANTANDER
Vídeo: “peça para sair”, diz senador ao entregar boné a Campos Neto
Atual presidente do Banco Central atuou no Santander por 18 anos
Por Da Redação
O líder do PDT no Senado, Cid Gomes (PDT-CE), durante a sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira, 25, entregou um boné com a logomarca do banco Santander ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugerindo que o economista pedisse para sair do comando da instituição. O dirigente atuou na instituição financeira privada por 18 anos.
"No Banco Central, as pessoas vêm e voltam para o mercado financeiro. De maneira, senhor presidente, com todo respeito, me perdoe, mas nessa hora eu queria fazer uma sugestão: pegue o seu bonezinho e peça para sair, por favor", disse o senador. Após ser entregue a Campos Neto, o acessório foi deixado de lado na mesa da comissão onde o presidente do BC estava sentado.
Antes desse gesto, o político cearense utilizou um quadro negro e giz para fazer cálculos econômicos e criticar as políticas defendidas pelo dirigente, que estava no colegiado para explicar a taxa de juros e os índices relacionados à inflação.
No momento, a Taxa Selic, que define a taxa de juros, está em 13,75%, o que representa o maior índice em seis anos. Em um tom crítico em relação à atuação do presidente do Banco Central, o senador afirmou que se o Brasil adotasse uma taxa de juros diferente, o país poderia ter bilhões de reais a mais em seus cofres públicos. Cid Gomes argumentou que com esses recursos seria possível aumentar os valores do Bolsa Família, de programas habitacionais e do salário mínimo.
De acordo com o senador, em vez disso, o governo brasileiro está desempenhando um papel inverso ao de Robin Hood. "O Robin Hood tirava dos ricos para distribuir entre os pobres. O governo brasileiro, leia-se Banco Central, tira dos pobres e do Orçamento da União R$ 510 bilhões para concentrar na mão de ricos", argumentou Gomes.
Antes da manifestação do senador, Roberto Campos Neto havia afirmado que se o Comitê de Política Monetária (Copom) não tivesse aumentado a taxa de juros durante o período eleitoral em agosto de 2022, a inflação estaria em 10% e a Selic em 18,75%. Segundo ele, essa medida foi necessária para controlar a inflação.
Além disso, o parlamentar também criticou a proximidade entre o presidente do BC e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o indicou para o comando da autoridade monetária do país.
"A política, por mais que o senhor não deseje, está presente nessas questões. O senhor fez manifestações públicas em defesa do [ex-]presidente Bolsonaro, vestindo ‘camisinha’ amarela e mais, declaração pública e notória", apontou o senador.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes