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Wagner comenta dificuldades na articulação do governo com a Câmara

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner tenta destensionar ambiente político

Publicado sexta-feira, 19 de maio de 2023 às 11:26 h | Autor: Da Redação
Senador deu entrevista ao Isso é Bahia nesta sexta
Senador deu entrevista ao Isso é Bahia nesta sexta -

O senador Jaques Wagner (PT), que é líder do governo no Senado, comentou, em entrevista ao Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, a relação conturbarda do governo federal com o Congresso Nacional. Como exemplo, a derrota na votação de uma derrubada de decreto do novo marco do saneamento. 

"Eu até já disse isso ao presidente Lula. Ele encontra hoje um ambiente muito diferente do que teve em 2003, quando recebemos o país muito melhor. Na última eleição, o ambiente político se degradou muito, liberou o ódio, a raiva e a falta de respeito. Agora está tudo muito tensionado e mercantilizado. A dificuldade é por isso...É óbvio que ele (Lula) pode estar perplexo com as mudanças que sinalizei aqui, mas está com o gás todo", declarou Wagner. 

>> Jaques Wagner defende unidade da oposição em Salvador já no primeiro turno

O petista admitiu a edição de um novo decreto sobre o Marco do Saneamento Básico. Os deputados já aprovaram dois projetos que derrubam trechos de dois decretos de Lula que alteram a norma. Segundo Jaques Wagner, o novo texto vai considerar as sugestões de todos os partidos, incluindo os da oposição.

"O marco do saneamento foi votado no governo passado, em 2020. Desde lá, o ex-presidente fez uma série de decretos regulamentadores. O que eles fizeram foi para privatizar tudo. Eu conversei com o presidente do Senado, chamei oposição e base do governo e semana que vem temos o julgamento no STF para ver se concilia. Se conseguir uma conciliação acabou. Se a gente chegar em um denominador comum com a oposição, partimos para uma nova Medida Provisória", falou. 

Wagner ainda comentou a dificuldade do governo federal para fazer articulações com a Câmara dos Deputados, onde não tem a maioria na sua base, também composta por partidos do Centrão, mas sem adesão de todos os deputados das legendas. 

"A base do governo é uma base móvel. A depender do tema, você pode contar com mais gente ou menos gente. Eu estou fazendo o meu trabalho de conciliador. O Senado é uma Casa mais tranquila, são 81 senadores, tem menos partidos e renovou um terço. A democracia não combina com essa polarização. A democracia é o local do diálogo, conversar para chegar a um denominador comum. Não dá para ficar na porrada o tempo todo. Eu estou tentando destensionar", explicou. 

Na quinta-feira, 18, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, estiveram na Bahia. Já nesta sexta, as agendas são da ministra da Saúde, Nísia Trindade, do ministro da Educação, Camilo Santana, e da Casa Civil, Rui Costa. Quase 20 ministros já visitaram o estado, algo que foi comemorado pelo senador. 

"A Bahia foi muito importante nessa eleição e temos que ter esse reconhecimento. O carinho do presidente Lula é muito grande e desde que assumiu é o estado que ele mais visitou, causando até ciúme", falou. 

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